A medicina está em constante evolução para oferecer aos pacientes um diagnóstico preciso, tratamentos com comprovação científica que proporcionem menos tempo de internação e recuperação mais rápida. Na área de Ortopedia, entre os procedimentos que tiveram uma grande evolução nos últimos anos, está a realização da artroscopia no tratamento dos quadris.
De acordo com o ortopedista Marcelo G. Cavalheiro, integrante do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e coordenador da divisão de Artroscopia do Quadril na Escola Paulista de Medicina (Unifesp), a técnica cirúrgica já é utilizada há muito tempo no joelho e no ombro, mas a realização no quadril é recente. “O joelho e o ombro são articulações superficiais. Praticamente, é preciso atravessar apenas a pele e o subcutâneo para chegar à articulação, com menos riscos de afetar nervos, por exemplo. Já os quadris, são articulações profundas e complexas, com muita musculatura, vasos sanguíneos e nervos ao redor, com uma cápsula muito espessa e de difícil acesso. Até o começo dos anos 2000, existia uma tendência mais conservadora e se optava pelo uso de tratamentos não cirúrgicos ou grandes incisões”, explica.
A aplicação da artroscopia no quadril foi estimulada porque a técnica passou a ser uma opção para o diagnóstico de dor oculta ou para raros procedimentos, como extração de corpos livres (fragmentos de ossos devido a fraturas ou um projétil alojado). Isso se somou ao grande avanço que houve nos exames de imagem, como a ressonância magnética. “São fatores que contribuíram para a ampliação do conhecimento sobre a anatomia dos quadris e o aprimoramento do acesso à região. Foi uma evolução muito rápida e muitos dos novos conhecimentos já estão consolidados. Hoje, conhecem-se várias lesões de estruturas, as suas manifestações, repercussões, prognósticos e as possibilidades terapêuticas”, informa.