No dia 5 de maio foi realizado o 1º Simpósio Internacional em Cirurgia Metabólica, organizado pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), que integra um dos departamentos científicos da SBEM, e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). O evento ocorreu em São Paulo, no Hotel Blue Tree Towers Faria Lima. O encontro foi transmitido via internet, em tempo real, pelo site da SBD para um número limitado de profissionais da área.
Conforme o médico cirurgião, Carlos Augusto Madalosso, membro titular da SBCBM e diretor da Clínica Gastrobese, que participou do evento, esse simpósio foi realizado de tentar uniformizar o atendimento ao paciente com diabetes tipo II. Houve consenso de que há evidências suficientes para afirmar que pacientes com diabetes tipo II com obesidade moderada ou grave (IMC> 35 Kg/m2) tem indicação absoluta de cirurgia.
Contudo ainda não se chegou a uma concordância no paciente com obesidade leve e sobrepeso. Embora as evidências mais recentes demonstrem grande melhora do diabetes e das doenças associadas, existe muita relutância dos clínicos em aceitá-las sob o pretexto de que não existem estudos por tempo prolongado comparando cirurgia e tratamentos clínicos modernos.
Na opinião do médico Carlos Augusto Madalosso, para ter essas respostas será necessário aguardar por 10 a 20 anos de comparação entre tratamento medicamentoso e cirúrgico. Além disso, para conclusão desse estudo, não estará sendo respeitada a vontade do paciente que será condenado a seguir o tratamento que lhe foi sorteado. De fato, segundo Dr Cummings, este estudo será inviável economicamente uma vez que custaria cerca de 150 milhões de dólares. Nenhum sistema de saúde quer público ou privado poderia bancar esse estudo. Dados disponíveis em estudos independentes cirúrgicos e clínicos... sem compará-los, demonstram clara superioridade da cirurgia. Em um recente estudo, em acompanhamento de dois anos, houve remissão (controle) do diabetes ocorreu em 75 a 95% dos grupos operados e em 0% no grupo tratado com medicamentos. Além disso, a cirurgia esteve associada à redução de 1200% na mortalidade para pacientes com IMC > 35Km/m2. Todos esses dados são relacionados à obesidade moderada. Porque deveria ser tão diferente entre 30-35 Kg/m2?
”Assim, em relação ao paciente com diabetes tipo II associado à obesidade leve ou sobre-peso, tal discussão deverá prevalecer por muitos anos. Porém, com os resultados de estudos disponíveis até o momento, somos obrigados a, no mínimo, ter de garantir ao paciente seu direito de escolha” conclui Madalosso.