Em jogos de futebol, provas de atletismo ou maratonas é comum observar os atletas ingerindo determinadas bebidas durante e após o término das atividades. Nesses momentos eles costumam beber as chamadas bebidas hidroeletrolíticas, que são comercializadas em supermercados. Porém, nem sempre as pessoas fazem o uso adequado dessas composições. Foi para saber como funcionam e em que situações devem ser consumidas que o Medicina & Saúde conversou com a nutricionista Kelen Schmidt, que é mestre em Alimentos e Nutrição e com a acadêmica do curso de Nutrição da Universidade de Passo Fundo, Silmara Taís Mariosa. Confira.
Medicina & Saúde - Como funcionam as bebidas de reposição hidroeletrolítica?
Kelen Schmidt e Silmara Mariosa – O bjetivo primário em repor os líquidos é manter o estado normal de hidratação. A desidratação é pode ser comum em praticantes de atividades físicas, atletas e indivíduos com distúrbios gastrintestinais (diarréia e/ou vômito). Durante o exercício a taxa de suor em geral excede a ingestão de líquidos, causando desidratação, o que pode diminuir o desempenho na atividade física. Nos distúrbios gastrintestinais há grande perda involuntária de líquidos. É importante lembrar que em ambas as situações citadas anteriormente há perda de líquidos e também de eletrólitos (sódio, potássio...). Assim, nestas situações é importante repor não somente a água, mas os eletrólitos. E uma boa forma de fazê-lo é com o uso de bebidas hidroeletrolíticas ou repositores energéticos.
M&S – Qual a composição dessas bebidas?
KS e SM – Estas bebidas contêm água e açúcares que atuam como amenizadores do quadro de desidratação e fornecem energia, respectivamente, e eletrólitos (sódio e potássio), que são perdidos pelo organismo através do suor. A perda progressiva de líquidos pelo corpo através da transpiração e da respiração está associada com uma redução no volume sanguíneo através das extremidades. Uma desidratação maior que um litro e meio reduz a capacidade de transporte de oxigênio pelo corpo e induz à fadiga e distúrbios gastrintestinais. No entanto a reidratação através de bebidas hidroeletrolíticas, preferencialmente isotônicos, contrabalança estes efeitos. Ao contrário da água pura, quando há acréscimo de carboidratos e sabor nas bebidas, há maior absorção da água e dos eletrólitos e um estímulo ao consumo, exercendo um efeito positivo sobre o equilíbrio hídrico. O acréscimo de sódio também tem um efeito sobre a reidratação pós-exercício por reduzir a perda de urina e estimular a retenção de água. Assim, da mesma forma como a receita para o soro caseiro (água, sal e açúcar) uma boa bebida de reposição deve ter as seguintes características: ter sabor, estar em temperatura ambiente a levemente refrigerada, conter em sua composição água, sódio e açúcar.
M&S – Quem pode consumir?
KS e SM – Atletas e praticantes de atividade física, porém, a quantidade e a composição da bebida vão depender da intensidade, do tipo e duração do exercício, bem como as respectivas perdas que devem ser analisadas individualmente por profissional habilitado. Pois quanto maior for a duração do exercício, maior será a quantidade de eletrólitos e carboidratos necessários para repor as perdas. Pessoas com distúrbios gastrintestinais também podem fazer uso de bebidas de reposição ou de soro caseiro. O importante é que nos dois casos a ingestão ideal é de forma lenta e gradual.
M&S – O consumo em excesso é prejudicial à saúde?
KS e SM – Todo o excesso é prejudicial à saúde, um consumo sem moderação ocasiona um quadro de hiponatremia, que consiste na baixa concentração de sódio plasmático (valores abaixo de 135 m Eq) durante exercícios prolongados. Devem ser considerados vários fatores referentes à palatabilidade do líquido que afetam a ingestão como: a temperatura que deve estar entre 15-20 graus, doçura, intensidade do gosto e acidez, além de sensação de sede e das preferências pessoais. Outro aspecto relevante é que estas bebidas, por conterem açúcares, contém calorias (bebidas energéticas) e o excesso poderá ser armazenado no corpo na forma de gordura.
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