Espiritualidade X Saúde

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Parte 1

 

Por Gabriela Valério

 

Pesquisa científica realizada com um grupo de pessoas com 85 anos, sem nenhum processo de doença, concluiu que os fatores que prolongam a vida são:

Assistência médica = 10%

Genética = 17%

Meio ambiente = 20%

Estilo de vida = 53%

Esses dados demonstram que nosso estilo de vida é responsável por mais da metade de nossa longevidade. E, felizmente, desde a década de 1990 a OMS (Organização Mundial da Saúde), ao redefinir e ampliar o significado da palavra saúde, como o completo bem-estar físico, mental e social do ser humano e não apenas a ausência de doenças, tem contribuído para uma nova reaproximação da ciência e fé. Mesmo não tendo incluído a dimensão espiritual no seu conceito. Não basta ser longevo e não ter doença para se ter saúde e sentir-se pleno. É preciso ter qualidade de vida (QV). Estudos científicos demonstram que a espiritualidade pode melhorar a QV, essencialmente se ela estiver embasada numa fé racional. Essa é uma convicção firme, baseada na atividade produtiva intelectual e emocional do indivíduo. Por outro lado, já se sabe, que a fé irracional, como aquela embasada num Deus distante, superior e punitivo pode trazer malefícios à nossa saúde.

As crenças e práticas espirituais existem desde que o homem é um ser pensante, portanto influenciam nossa sociedade desde o seu surgimento.

 

“A percepção das emoções é a base daquilo que os seres humanos chamam, depois de milênios, a alma e o espírito” (Antonio Damasio, neurocientista).

Dr. Lucchese, médico que se dedica muito à área da qualidade de vida relata que os cientistas estão cada vez mais acreditando em espiritualidade. Estudos apontam (2005) que os indivíduos que se dedicam a atividades religiosas e/ou espirituais tendem à uma vida mais saudável, tanto mental quanto física. O número de pesquisas na área aumentou em progressão evidente. No primeiro estudo da história da neurociência cognitiva, cientistas mapearam as regiões cerebrais ativadas durante experiências espirituais como meditação e oração.

Estudos mostram que elevados índices de espiritualidade nos pacientes com câncer foram associados a menor sofrimento dos sintomas com melhor qualidade de vida.

 

O forte distanciamento, vivenciado na contemporaneidade, entre o materialismo (cientificismo) e o imaterial (espiritual), não tornou o ser humano mais feliz e realizado. Atualmente, sofremos de inúmeras aflições de toda ordem, consumimos quantidades assustadoras de medicação para insônia, ansiedade, depressão, dentre outros.

 

Gabriela Valério é médica psiquiátrica

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