Homem não sente dor. Homem não chora. Homem não fraqueja. Homem não vai ao médico quando está doente? Culturalmente, eles são levados a acreditar que funciona assim e, infelizmente, quando o assunto é procurar o médico, a resistência é a mesma. De acordo com o urologista Cláudio Telöken, chefe do Ambulatório de Andrologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre/RS, os homens só vão ao consultório quando os sintomas são muito fortes e incômodos. Segundo o Ministério da Saúde, a cada três pessoas que morrem no Brasil duas são homens. A principal causa de morte são as doenças isquêmicas do coração, entre elas o infarto agudo do miocárdio e, em segundo lugar, as doenças cerebrovasculares. Muitas doenças, principalmente as crônicas, como o diabetes, a hipertensão arterial e o colesterol alto, poderiam ser evitadas com consultas preventivas”, afirma.
Pode parecer surpreendente, mas um dos primeiros sintomas de algumas doenças crônicas (DC), como a hipertensão arterial, infarto do miocárdio ou doenças respiratórias pode ser a disfunção erétil. “Homens acometidos pela DE têm mais chances de apresentar alterações cardiovasculares, já que ambas as complicações têm em sua origem algum comprometimento na circulação arterial”, explica Telöken. “A obstrução das artérias cavernosas, que irrigam sangue para o pênis e são mais finas, ocorre antes da obstrução das artérias coronárias” completa. Além disso, muitas vezes, a DE é um alerta do organismo indicando que algo não vai bem. “A doença também está ligada à apneia do sono – problema responsável por interromper a respiração rapidamente”, relaciona.