A química da felicidade

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Pesquisa mostra que as pessoas são muito felizes quando são jovens, e voltam ser muito felizes quando na velhice. Porém, na idade adulta, a felicidade não é tão grande. São fases infelizes, normalmente mais comuns no período dos 30 aos 40 anos de idade. Por que isso acontece? “Ninguém sabe ao certo, mas é nesta faixa de idade que nos damos conta de que temos sonhos que não vão se realizar mais e que não vamos mais sonhar. Vemos que temos sonhos que teremos que abandonar e aí é que começamos a amadurecer”, explica o médico neurologista Martin Portner, especializado em neurociências pela Oxford, e que tem como um dos principais temas de estudo a felicidade.

Portner, que hoje mora na Serra Gaúcha, esteve em Passo Fundo no mês de maio realizando uma palestra para pais de uma escola de educação infantil e, na oportunidade, conversou com a equipe do Medicina & Saúde sobre este tema. Conforme o médico, dinheiro suficiente para garantir conforto e um bom casamento são alguns dos condicionantes da felicidade. O terceiro item, segundo ele, que compõe a tríade para a felicidade é um bom lugar para se viver.

 

 

Medicina & Saúde – Existe uma fórmula para encontrar felicidade?

Martin Portner – Achávamos que a felicidade nos escolhia. Alguns de nós, predestinados, éramos felizes. Mas hoje se sabe que isso não é verdade. A felicidade é um processo ativo de você buscá-la. O cérebro tem setores que fazem a gestão da felicidade, se você quiser. Então, a felicidade é uma busca ativa, você tem que participar. É uma decisão de todos os dias. De manhã, quando você acorda, decide se quer ser feliz. E daí você é feliz.

 

M&S – É possível ensinar aos filhos como ser feliz ou onde encontrar a felicidade?

MP – Sim, é possível. Você tem responsabilidade na felicidade do seu filho, mas não tem como ensinar, de maneira cognitiva para ele. A criança vai aprender a ser feliz vendo os pais sendo felizes com certos tipos de atitude. Essa ligação, essa percepção, vai fazer com que seja um adulto feliz, anos depois.

 

M&S – O pensamento positivo influencia nesse sentimento?

MP – Pensamento positivo é fundamental. Na verdade, gosto de chamar de sentimento positivo. As pessoas tem que não só pensar, mas sentir positivo. Trocar emoções: trocar a tristeza por alegria. Nem sempre é fácil de fazer isso, porque a gente não governa nossas emoções com facilidade, mas se você tem uma atitude do tipo: ‘eu quero, na medida do possível, sentir coisas boas hoje’, a felicidade vem.

 

M&S – É possível ser feliz mesmo enfrentando perdas de familiares, de amigos? Ou enfrentando problemas graves de saúde na família?

MP – A gente aprende a resolver problemas e a conviver com essas questões e podemos sim ser felizes mesmo enfrentando essas situações.

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