Por Paula Pessoa Carvalho
Assim como outros assuntos importantes como religião, política, sexo; o assunto da violência, principalmente se tratando de bullying, foi banalizado.
A mídia, por sua vez, com a intenção de divulgar e fazer seu papel sobre o tema para que chegue ao conhecimento de todos, acaba por provocar uma inundação de informações repetitivas, sem embasamento e divulgada de forma superficial; o que culmina em propagações que pensamos ser infinitas.
Infelizmente o assunto é abordado somente quando ocorre alguma tragédia e falamos dele até sabermos dos mínimos detalhes: desde quantos passos foram dados; aos modelos de roupas que estavam sendo usadas pelos personagens no dia do ocorrido.
Com o bullying não é diferente, ouvimos sobre ele de manhã, de tarde e de noite, somente quando ocorre um fato, nos deixando tão acostumados e familiarizados ao assunto que nos tornamos indiferentes a ele.
O bullying é um conjunto de comportamentos agressivos que ocorre principalmente dentro das escolas e não é um fato novo. Infelizmente, ele é parte da experiência acadêmica de muitos alunos.
O fenômeno começa com “piadinhas”, apelidos, xingamentos, empurrões, se transforma em agressão física e até perseguição. A vítima escolhida é sempre alguém que não poderá se defender sozinha e o agressor é alguém mais forte, que age sozinho ou em grupo.
Como podemos analisar em sua definição o bullying é um problema social, que pode afetar qualquer criança e causar danos irreparáveis, como já foi vivido em nossa história social.
Cabe a toda sociedade ficar atenta e atuar no sentido de prevenir o fenômeno continuamente, não o tratando como uma brincadeira banal de criança e nem popularizando e enfatizando somente os fatos trágicos ao ponto de esquecermos o assunto ou convivermos com ele como se fosse “normal” e pudesse ser percebido somente quando o pior acontece.
Hoje existem em algumas instituições de ensino e ONGs com ações que tem a intenção de promover atitudes contra o bullying como preferência aos trabalhos em grupo, que favorecem a socialização além de realizar campanhas de esclarecimento sobre bullying e incentivo aos comportamentos gentis.
Os professores ainda identificam crianças mais tímidas e retraídas e fortalecem sua autoestima, além de incentivarem-nas a andar acompanhadas por outros colegas. Quanto ao agressor, é feito um trabalho que aumenta a tolerância à frustração e controle de agressividade.
Sobre essas ações temos que ser extenuados, para que elas sejam nossa rotina e que possamos ver a violência como um assunto sério e que tem solução.
Por outro lado, ainda existem escolas e instituições que ignoram o fato que ocorre dentro de suas paredes debaixo de seus olhos, o que causa grande preocupação dos pais.
O bullying não escolhe classe social, bairro, gênero ou valor de mensalidade. Bullying é um assunto sério e que atinge o seu filho e o meu, então diz respeito a todos.
Paula Pessoa Carvalho é psicóloga comportamental infantil e adulto e orientadora educacional