"Na minha empresa, todas as pessoas são casadas...", "Aqui na empresa só tem um homossexual...", "A minha cidade é pequena e não tem aids por aqui...". Essas são algumas das colocações recolhidas em pesquisa do Ministério da Saúde com empresas, para justificar a não realização de ações de prevenção das DST e aids, no ambiente de trabalho. O levantamento sobre a resposta empresarial brasileira ao HIV e aids é o primeiro amplo estudo no país a apresentar um panorama das ações de prevenção à aids desenvolvidas por pequenas e médias empresas de todo o país.
“Respostas como essas indicam que a aids no ambiente de trabalho ainda é um tema cercado de muito desconhecimento e preconceito e que muito ainda precisa ser feito para incentivar o desenvolvimento de programas de prevenção e informação sobre a doença no país”, explica Dirceu Greco, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.
Foram entrevistadas 2.486 empresas de todas as regiões do país, o que representa cerca de 400 mil trabalhadores. Embora 68% das empresas pesquisadas considerem que o tema DST e aids deve ser discutido no local de trabalho, apenas 14,5% realizam ações e programas sobre essas doenças em seus ambientes de trabalho.