Poucos brasileiros sabem, mas as doenças reumáticas não acometem apenas a população idosa, elas podem ser identificadas muito antes da fase adulta e do avanço da doença. O Ministério da Saúde alerta para a necessidade de conscientização sobre o reumatismo, doença que afeta aproximadamente 12 milhões de brasileiros.
A recomendação é para que surgidos os primeiros sintomas de reumatismo, o paciente procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, ou seja, quando perceber dor nas articulações, principalmente por mais de seis semanas, acompanhada de vermelhidão, “inchaço”, calor ou dificuldade para movimentar as juntas (especialmente ao acordar pela manhã).
As doenças reumáticas atingem pessoas de qualquer idade e têm maior incidência em mulheres. Ao contrário de algumas doenças ditas silenciosas (hipertensão e diabetes), o reumatismo pode ser facilmente diagnosticado: o próprio paciente pode identificar os primeiros sintomas. Se sentir dores ao esticar os braços sobre a cabeça ou ao elevar os ombros até tocar o pescoço, atenção, pode ser um sinal de doença reumática. Se a enfermidade for descoberta logo nos primeiros sintomas e o paciente tiver tratamento adequado, ele pode levar uma vida normal, diminuindo assim os riscos de incapacidade física.
O tratamento ao reumatismo é garantido no Sistema Único de Saúde (SUS). A assistência aos pacientes com doenças reumáticas inclui desde o fornecimento de medicamentos até a realização de práticas integrativas (como acupuntura), associada à realização de exercícios que devem ter indicação do médico.
Entre as doenças reumáticas, a artrite reumatóide é o tipo mais comum da doença. Somente entre 2010 e setembro de 2011, 33.852 pacientes foram internados em decorrência da doença. O valor empregado para custear estes tratamentos somou R$ 24 milhões neste período. No Brasil, as doenças reumáticas constituem a segunda causa de gastos em benefícios de auxílio-saúde concedidos à população (dados 2008).
Apesar de afetar homens e mulheres, jovens e idosos, a maior prevalência é entre as mulheres entre 30 e 40 anos. Por esse motivo, elas devem ficar mais atentas a alguns fatores de risco, como idade avançada, obesidade, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas em excesso e ingestão de medicamentos que podem contribuir para o surgimento da doença.
Medicamentos
Atualmente, o Ministério da Saúde distribui pelo Sistema Único de Saúde (SUS) cinco novos medicamentos para artrite reumatoide – abatacepte, certolizumabe pegol, golimumabe, tocilizumabe e rituximabe.
Atualmente, a rede pública disponibiliza 10 remédios para o tratamento da doença, em 15 diferentes apresentações. As drogas diminuem a atividade da doença, previnem a ocorrência de danos irreversíveis nas articulações, aliviam as dores e melhoram a qualidade de vida do paciente.
De acordo com o ministério, a incorporação dos remédios vai possibilitar que as pessoas que sofrem da doença tenham acesso a todas os medicamentos biológicos (produzidos a partir de células vivas) disponíveis no mercado.
O governo gasta, em média, R$ 25 mil por ano com cada paciente que utiliza medicamentos biológicos. Com a inclusão, o custo do tratamento por paciente pode cair para até R$ 13 mil por ano. Em 2011, foram investidos R$ 1 bilhão na compra de medicamentos biológicos para a doença.