A cólica do lactente é um diagnóstico de exclusão após descartar as causas orgânicas mais comuns de choro, conforme informa a Sociedade Brasileira de Pediatria. De acordo com o órgão, a cólica é geralmente definida pela regra de três: choro por mais de três horas por dia, por mais três dias por semana e por mais de três semanas em um lactente bem alimentado e saudável em outros aspectos. A cólica é uma condição transitória que surge geralmente na segunda semana de vida, que não interfere no crescimento e não apresenta efeitos adversos a longo prazo.
Para a American Academy of Family Psysicians (www.aafp.org/afp) o tratamento da cólica é limitado e mudanças alimentares não são aconselhadas. Na criança amamentada seria recomendável observar se ela está esvaziando completamente o peito durante a mamada, ou seja, mamando leite do início da mamada e do final, porque o leite do final da mamada tem mais calorias (gordura) e sacia a fome e acalma o bebê.
Alguns artigos falam de restrições da dieta da lactante como: leite de vaca, amendoim, soja, ovo, morango. Mas essa conduta somente teria sentido em lactentes filhos de mães com história familiar de alergia e que tivessem alguma outra manifestação que sugerisse o diagnóstico de Intolerância alimentar (alergia alimentar), ou seja, colite alérgica (sangue nas fezes).
A colica é uma manifestação comum (44%) nos pacientes com Alergia Alimentar, mas pequeno número dos pacientes com cólicas tem alergia alimentar (0,37%). As medicações disponíveis não comprovaram sua eficácia no tratamento da cólica, quando comparada ao placebo.
Enfim, como existem controvérsias na literatura, o mais indicado seria que toda nutriz tivesse uma alimentação variada e o mais "saudável" possível, evitando "excessos" e sempre observando as reações no organismo de cada bebê. O que ajuda muito é manter a calma, já que não se trata de uma doença (é uma adaptação do bebê no extra-útero) e não traz consequências danosas para o bebê. A cólica vem e passa, não costumando ultrapassar os 3 a 4 meses de idade.
(Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria)