Estudo liga bisfenol a obesidade em crianças nos EUA

Medicina & Saúde - Escola de Medicina da Universidade de Nova York associou a presença da substância no organismo de crianças e adolescentes com um risco maior de obesidade. O bisfenol aparece no plástico de garrafas e de embalagens de alimentos.

Por
· 1 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Em setembro do ano passado, a Anvisa proibiu a fabricação e a importação de mamadeiras que contenham bisfenol A em sua composição. Agora, um ano depois, um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Nova York associou a presença da substância no organismo de crianças e adolescentes com um risco maior de obesidade. O bisfenol aparece no plástico de garrafas e de embalagens de alimentos. Também é usado no revestimento de latas.

Os pesquisadores avaliaram 2.838 pessoas de 6 a 19 anos. A urina dos participantes foi analisada para quantificar a presença do bisfenol. Eles foram, então, divididos em quatro grupos, de acordo com a quantidade encontrada. No grupo com menos bisfenol na urina, havia 10,3% de crianças e adolescentes obesos. Já no grupo com maior quantidade da substância, 22,3% dos participantes estavam com obesidade. O estudo foi publicado hoje no Journal of The American Medical Association (Jama).

O bisfenol A foi sintetizado como estrogênio sintético pela primeira vez em 1891, na Rússia, mas como existiam outros estrogênios artificiais mais potentes, ele foi esquecido. Em 1930, voltou a ter suas propriedades investigadas e em 1950 fez seu retorno aplicado em policarbonatos usados para fabricar garrafas plásticas e para revestir o interior de latas de refrigerante. Nos anos 1970, surgiram as primeiras suspeitas sobre seus malefícios. Mesmo assim, sua aplicação em plásticos só aumentou, e hoje em dia é onipresente em produtos feitos de policarbonato transparente, além de ser um negócio altamente lucrativo. Estima-se que cerca de 90% das pessoas têm BPA no organismo.

 

A proibição

A decisão da Anvisa foi baseada em estudos recentes que apontam riscos decorrentes da exposição ao BPA, mesmo quando essa exposição ocorre em níveis inferiores aos que atualmente são considerados seguros. Apesar de não haver resultados conclusivos sobre o risco do Bisfenol A, a decisão da Anvisa atende ao princípio da precaução e busca proteger as crianças de 0 a 12 meses.

O Bisfenol A está presente no policarbonato, que é uma substância utilizada na fabricação de mamadeiras. A decisão de proibir o uso da substância na composição desses produtos levou em consideração o fato de o sistema de eliminação do BPA pelo corpo humano não ser tão desenvolvido em crianças na faixa etária de 0 a 12 meses. O principal substituto do policarbonato, nestes utensílios, é o polipropileno.

 

Gostou? Compartilhe