Corrigir alguns “defeitos” é a vontade de grande parte das mulheres quando o assunto é o próprio corpo. Com a evolução da medicina e da estética, as técnicas e os equipamentos garantem resultados cada vez melhores. Porém, existem alguns casos em que a correção é pequena e a cirurgia se faz desnecessária. É aí, por exemplo, que entram técnicas como as utilizadas pelas esteticistas. No caso da micropigmentação, uma espécie de “tatuagem”, além de correção de sobrancelhas e lábios assimétricos, é uma aliada das mulheres que fizeram reconstrução da mama depois do tratamento para câncer. Isso, porque na maioria das vezes a retirada da mama implica na retirada também do mamilo. Assim, na reconstrução, o que o médico pode fazer é devolver o volume da mama, deixando para uma segunda etapa, mais estética, a reconstrução da auréola e do mamilo. É nesse momento que entra a micropigmentação, capaz de deixar o seio com aspecto mais natural.
Na micropigmentação estética reparadora ou paramédica é possível fazer areconstrução areolar mamária pós-mastectomia ou cirurgia plástica, em que se precise alguma correção de cor ou simetria. Todo o material, que entra em contato com o paciente é descartável, o atendimento é individual e personalizado. Conheça mais sobre a técnica na entrevista que o Medicina & Saúde fez com a micropigmentadora Tania Amaral.
Medicina & Saúde - Que tipo de material é utilizado em micropigmentação?
Tania Amaral - Inicialmente a técnica era a mesma da pigmentação. Atualmente, não. Na micropigmentação usamos um aparelho chamado dermógrafo, próprio para trabalhos sensíveis e delicados. As agulhas e os pigmentos foram desenvolvidos especialmente para este fim o que fez com que a técnica evoluísse, tendo como resultado um trabalho mais suave e delicado, o que antes era mais agressivo e grosseiro, deixando marcas irreversíveis, pois a tatuagem é uma técnica de alta penetração, que atinge a terceira camada da pele e só pode ser removido com laser. Eu utilizo somente material descartável. Agulhas e ponteiras jamais podem ser reutilizadas, nem mesmo pela mesma pessoa em outro procedimento.
M&S - É um trabalho permanente?
TA - Sim, permanente, mas não definitivo, como as antigas técnicas usadas. Hoje em dia temos pigmentos que saem, clareiam e em torno de três a quatro anos precisam de um retoque, porque a mulher moderna não quer mais resultados definitivos, ela quer mudar, quer estar na moda, o que seria impossível com um resultado definitivo.
M&S - No caso de quem passou pela reconstrução da mama, como a técnica pode ajudar?
TA - É a área que mais me emociono ao trabalhar, porque quem é mulher sabe o trauma que uma doença como câncer de mama pode deixar. Quando o médico precisa retirar a mama, o mamilo normalmente é retirado, é aí que entra micropigmentação para desenhar no local um novo mamilo e deixar as duas mamas iguais. É um trabalho muito gratificante para mim e para a cliente, que sai sentindo-se completa novamente.
M&S - Existem riscos à saúde com o uso frequente da micropigmentação?
TA - São premissas básicas para o completo sucesso do trabalho: Material de qualidade, material de uso individual descartável e principalmente assepsia do local. Com esses cuidados é raríssimo ocorrer situações de infecção, lembrando que a cliente também é responsável pela manutenção e cuidados no processo de cicatrização, devendo seguir rigorosamente as orientações dadas pelo profissional.
M&S - Há risco de alergia?
TA - Muito raro, pois antes do procedimento a cliente é submetida a um questionário, verificando se possui propensão a quelóides, alergias, diabetes, sensibilidade a medicamentos ou outras doenças que impossibilitem o procedimento. Desta maneira todos os riscos são verificados e o cliente ficará muito confortável e confiante com o procedimento.
M&S - Em que casos é indicada?
TA - Falhas, assimetrias, realce de cor e altura nas sobrancelhas, assimetria de lábios, realce e delineado de olhos, reconstrução aréola mamária, camuflagem de vitiligo quando estável, camuflagem de cicatrizes, camuflagem de sardas brancas entre outros.
M&S - Quais os cuidados após fazer a micropigmentação? É necessário repouso?
TA - Não, de maneira nenhuma. A cliente pode fazer e ir trabalhar. Nos olhos é comum ocorrer um pouco de inchaço, mas não em todas as pessoas. Os cuidados são aqueles básicos: não tomar sol no local, não coçar, não arrancar as crostas que se formam durante a cicatrização o que ocorre normalmente em sete a oito dias.
