Arte e humanização

Medicina & Saúde - Todas as quintas-feiras a mães são convidadas a participar e na última quinta-feira de cada mês elas participam do Mães Princesas, onde ganham tratamentos de beleza todos feitos por funcionárias voluntárias do próprio hospital.

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Criado no ano de 2006, o projeto Mães Arteiras do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), teve a participação de cerca de 300 pessoas somente este ano. Responsável pelo projeto, Jane Moreira conta que a ideia é oferecer oficinas de artesanato como forma de “terapia” para as mães. “Ter um filho internado na CTI Pediátrica é muito estressante, por isso possibilitamos que elas tenham uma atividade diferente, para sair um pouco da tensão que é acompanhar uma criança internada”, explica.

Assim, todas as quintas-feiras a mães são convidadas a participar e na última quinta-feira de cada mês elas participam do Mães Princesas, onde ganham tratamentos de beleza todos feitos por funcionárias voluntárias do próprio hospital. Em dezembro, por ocasião do Natal, todas as atividades foram voltadas para a confecção de enfeites natalinos. “Esta é uma época muito emocionante e muitos esperam poder passar o Natal em casa, o que nem sempre acontece. Então tentamos contornar essa situação trazendo as mães para fazer parte desse momento”, salienta Jane.

O material para utilizar nas oficinas é fornecido pelo hospital, além dos materiais que podem ser reutilizados que são arrecadados pelas voluntárias, como caixas e latas de leite, garrafas pet, entre outros. O resultado, o produto final, fica com cada mãe arteira. Este ano, já foram realizados mais de 40 encontros, que sempre contam com o trabalho voluntário das enfermeiras.

De acordo com Jane, o projeto começou com palestras, depois as mães se encontravam para fazer tricô, crochê e então partiram para a ideia do artesanato com outros materiais. “Quando elas chegam até a oficina, as mães estão preocupadas, estressadas. Quando saem, a gente percebe a diferença: elas estão mais tranquilas, saem do foco da preocupação, por isso esse trabalho é bem importante”, comenta Eliana Mendes, uma das voluntárias. Além disso, os encontros semanais também favorecem a criação e o fortalecimento do vínculo entre as mães.

Participação

Maria Celoir Mainardi de Oliveira há um ano e dois meses acompanha seu filho que está internado. Todo o tempo que tem disponível, ela dedica ao filho. Moradora de Dois Irmãos das Missões, ela conta que neste tempo foram poucos os dias que esteve em casa, que foram alguns poucos finais de semana. Como está em licença do trabalho para acompanhar o filho, ela passa os dias no hospital.

“Aqui no Mães Arteiras a gente se diverte um pouco. Eu acho muito bom e até hoje gostei de tudo que fizemos aqui”, conta. Nas primeiras semanas, ela não participou das atividades, mas desde que começou a frequentar o grupo, só perde as atividades quando não pode mesmo ir aos encontros. “Nos primeiros, foi mais difícil, mas agora sei que vindo aqui a gente se descontrai, conversa, dá muita risada, esquece que está dentro de um hospital”, destaca Maria.

Este é o segundo Natal que ela vai passar no hospital ao lado do filho, que nasceu com uma má formação na coluna e por isso precisa de cuidados intensos e respirador. Além do pequeno que está hospitalizado, ela é mãe de outro menino de 13 anos.“Tenho tudo guardado, e quando for pra casa pra ficar com meus filhos e meu marido, vou enfeitar tudo”, projeta.

Aline Jéssica Sampaio de Araújo é uma das companheiras de Maria nos encontros. Ela está acompanhando a filha de dois meses que está internada. “Fiquei sabendo há pouco que existia o grupo, daí resolvi participar. Hoje é a segunda vez que eu venho. Estou gostando bastante. É tranquilo, a gente se distrai”, comenta.

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