Imagine a seguinte situação: você vai dormir com a sua audição normal e no outro dia, ao acordar, percebe que não está mais ouvindo! E isto pode acontecer de verdade, é a chamada surdez súbita. O problema é considerado uma emergência e exige atendimento médico o mais rápido possível. “A perda súbita de audição afeta principalmente homens e mulheres entre 40 a 50 anos, mas também acomete pessoas mais jovens ou mais velhas, porém, em menor proporção”, afirma a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães.
A surdez súbita também pode ser progressiva, sendo notada em até 72 horas. Mais da metade dos casos é acompanhado de sintomas como zumbido e tonturas. “O zumbido é um som sem fonte externa, percebido na cabeça ou nos ouvidos. A perda de audição é a sua principal causa, por isso é comum que a surdez súbita seja acompanhada de zumbido. A fase inicial do tratamento é voltada para a surdez, tratando simultaneamente o zumbido. Se ele persistir, são realizadas outras avaliações para tratá-lo”, esclarece a médica, mestre em clínica cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Doenças infecciosas, como caxumba, herpes, distúrbios vasculares e neurológicos, entre eles o derrame e a esclerose múltipla, tumores, leucemia, medicamentos tóxicos aos ouvidos, trauma acústico ou mecânico, doenças autoimunes e patologias psicossomáticas podem causar surdez súbita. “Em alguns casos não é possível identificar a causa. Quando isso acontece, as chances de recuperação total são de 25%, parcial de 50% e 25% dos pacientes não conseguem a restauração da audição”, ressalta Rita, especialista em otoneurologia. O diagnóstico é importante, pois quando se sabe o que casou a surdez as chances de cura são maiores. O paciente deve ser rápido e procurar assistência médica assim que ocorrer o episódio de perda auditiva súbita para aumentar as possibilidades de recuperar a audição.