Dores fortes no abdome podem indicar apendicite

As inflamações nesse órgão costumam ser frequentes e é preciso estar atento a dores fortes no abdome

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O apêndice faz parte do sistema digestivo e está localizado logo no início do intestino grosso, conectado ao ceco (um divertículo natural com que se inicia o intestino grosso, e onde se abrem o íleo, o cólon e o apêndice). O apêndice é uma estrutura tubular fechada na extremidade posterior e mede cerca de 5 a 10 cm de comprimento e 0,5 a 1 cm de largura. Na maioria das pessoas, o apêndice encontra-se no quadrante inferior direito do abdome.

Embora muitas pessoas comentem que o abdome não participa de qualquer sistema do corpo, ele tem sim sua função do organismo. De outro lado, as inflamações nesse órgão costumam ser frequentes e é preciso estar atento a dores fortes no abdome. Nestes casos, procurar um médico é sempre a melhor alternativa, pois o processo inflamatório pode acabar comprometendo outros órgãos.

Para entender como ocorre a inflação do apêndice, chamada de apendicite, o Medicina & Saúde conversou com o médico Daniel Navarini, especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo, eu atua na equipe do Hospital São Vicente de Paulo. Confira.

Medicina & Saúde – O que é apendicite?

Daniel Navarini – A apendicite aguda é um processo inflamatório do apêndice cecal, que fica junto ao ceco e que, geralmente, encontra-se na parte inferior do lado direito do abdome.

M&S – Quando esse problema ocorre?

DN - Esta doença ocorre devido a uma obstrução da parte interna do apêndice por uma série de fatores, como fragmentos fecais e proliferação exagerada de linfócitos. A apendicite pode ocorrer em qualquer idade, porém seu pico de incidência fica entre os 15 e 30 anos de idade.

M&S – Quais são os sintomas desse problema? Quando o médico deve ser procurado?

DN – O quadro clínico desta patologia geralmente cursa com dor abdominal que se inicia na parte alta ou central do abdome e que algumas horas depois migra para a parte inferior do lado direito do abdome. Outros sintomas comuns que podem estar associados são febre baixa, vômitos, náuseas e perda do apetite. No entanto, grande parte dos pacientes não apresenta um quadro típico como o descrito anteriormente, podendo ter dores abdominais inespecíficas. Nesta situação, pode haver um retardo no diagnóstico. O diagnóstico é realizado principalmente pelo histórico do paciente e pelo exame médico, podendo ser necessário exames complementares para sua confirmação.

M&S – Qual é o tratamento mais adequado?

DN – O tratamento desta doença exige uma intervenção cirúrgica, que pode ser realizada por laparotomia ou, mais modernamente, por videocirurgia. A videocirurgia (videolaparoscopia) é um procedimento que tem vantagens como menor tempo de internação, melhor resultado estético e menor ocorrência de dor no pós-operatório A gravidade da apendicite depende das condições clínicas do paciente e do tempo de evolução da doença, o que torna necessário a avaliação médica nos quadros de dor abdominal de início recente.

Colaborou

Daniel Navarini, especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo

Exames

Em geral, os médicos podem diagnosticar a doença pela descrição dos sintomas, pelo exame físico e pelos exames de laboratório. Em alguns casos, testes adicionais podem ser necessários. Isso pode incluir:

- tomografia computadorizada abdominal

- ultrassonografia abdominal

- laparoscopia diagnóstica

Sintomas

O primeiro sintoma na maioria dos casos é dor em volta do umbigo. A dor pode ser vaga no início, mas se torna cada vez mais aguda e grave. Podem vir junto perda de apetite, náusea, vômitos e febre baixa. Porém, à medida que aumenta a inflamação no apêndice, a dor tende a se mover para baixo e à direita e se localizar diretamente acima do apêndice.

Posteriormente podem aparecer os seguintes sintomas:

- calafrios

- constipação

- diarreia

- febre

- perda de apetite

- náusea

- tremores

- vômito

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