Errar é humano

Artigo: Por William Weber Cecconello

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Muitos dizem que o ser humano é o ser mais belo da natureza. E mesmo assim, esse ser tão belo é capaz de cometer erros capazes de trazer graves consequências. Quantas vezes esquecemos de trancar a porta ou desligar a luz, esquecemos aniversários e acreditamos em algo que logo após descobrimos que está errado? Errar é humano, e possui uma função muito importante.

No processo de aprendizagem, durante o período de adaptação (quando estamos “pegando o jeito”), somos mais cuidadosos. Quem já aprendeu a dirigir, deve se recordar como era tenso conduzir o veículo, mas aos poucos você acabava não olhando mais para as marchas e por fim acaba fazendo tudo como se estivesse no modo automático. Isso por que temos mais do que um nível de consciência, e assim podemos dirigir pensando em outras coisas. Se você já dirige há algum tempo e faz seguidamente o mesmo trajeto (ir para o trabalho todo dia) provavelmente você dirige pensando em outro assunto, pois o modo ‘‘piloto automático’’ está ligado. Porém, se começarem obras na rua que você sempre utiliza para trabalhar, lhe obrigando a pegar outro caminho, é provável que você erre e acabe pegando o mesmo caminho, deparando-se novamente com as obras e tendo que fazer um desvio novamente. Isso acontece porque você já está no piloto automático, pensando em outra coisa, somente quando chega perto da rua que devia seguir você lembra que deveria ter refeito o trajeto. O piloto automático pode levar a vários erros, pois estes pensamentos ocorrem sem que tenhamos conta deles. Um exemplo disso é o preconceito. Por exemplo: digamos que uma vez você tenha sido assaltado por um guardador de carros. Logo quem guarda carros é ladrão. Nestes casos é preciso manter uma vigilância sobre os próprios pensamentos e suas consequências

Erros acontecem por um motivo bastante simples: errar de vez em quando em uma tarefa requer menos energia do que verificar se tudo foi feito corretamente. O palpite baseado em experiências prévias dispensa essa perda de tempo. Provavelmente você já esqueceu uma luz acessa, mas isso requer menos energia (humana, não elétrica) do que verificar repetidamente se não esqueceu a luz acesa. Da mesma forma, esquecer o aniversário requer menos energia do que verificar todo dia se aquela pessoa está de aniversário.

Erros podem ser embaixadores da informação, pois quando acontecem, significa que temos uma percepção que não corresponde à realidade, e frente a isso podemos mudar. Errar é humano, e quando for inevitável é sempre importante utilizá-lo como uma ferramenta para situações futuras; ao que parece em alguns casos é errando que se aprende.

William é acadêmico de Psicologia da Imed

 

 

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