O cinema provoca. Instiga. Alimenta a imaginação. Inspira criatividade. Tudo porque desperta os sentidos. Aliando som e imagem, a sétima arte é capaz de proporcionar sensações e visões que ultrapassam fronteiras de idade. O cinema é capaz, também, de ensinar. Entre uma cena e outra, uma ou várias histórias completam a tela.
Entre essas histórias, está a de Nicolau. Filho único de um casal cuja única missão é mimar o menino. Não há problemas. Não para Nicolau. Para os amigos, sim: um estuda pouco, outro estuda demais, tem, ainda, um que come muito, e outro que briga muito. Mas Nicolau, alheio a tudo isso, vive uma infância plena. O garoto não tem pretensões: quando perguntado o que gostaria de ser quando crescer, não há respostas.
O filme é inspirado nos quadrinhos criados por Jean-Jacques Sempé e René Goscinn e se foca em temas como nostalgia e pureza. Por ter uma infância afastada de problemas, Nicolau deseja não crescer e ser filho único para sempre. Ao mesmo tempo em que a o expectador assume os olhos de Nicolau e vê um mundo sem insatisfações, é convidado, também, a assumir o olhar de um adulto que vê a problemática em que a família se envolve.
Entre as discussões que o filme propõe estão a diferença entre visões adulta e infantil e, também, a relação entre crianças e a família em que estão inseridas. Por escutar conversar e compreender erroneamente as informações, Nicolau acaba agindo de maneira precipitada. Outro detalhe importante do filme é que se passa na França da década de 50 e traz cenários multicoloridos. Por fim é um filme que fala de crianças e para crianças, mas que qualquer adulto precisa ver.
O Sesc, dentro do projeto Cinema vai à Escola recebe, hoje, turmas das séries iniciais das escolas Anna Willig e São Luiz Gonzaga para assistir ao filme, relatar interpretações e participar de trabalhos propostos pelas escolas. O projeto vai realizar, ao longo do ano, a exibição o acervo do Sesc que compreende mais de 200 títulos que podem ser trabalhados de forma lúdica. A intenção é, justamente, fazer com que o cinema se torne uma ferramenta em sala de aula.