Pesquisadores do Hemocentro de Ribeirão Preto, ligado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, em parceria com a empresa Gene ID SA, desenvolveram um kit de diagnóstico molecular para confirmar a infecção pelo retrovírus HTLV 1 e 2, em casos de resultados positivos de exames feitos na rotina sorológica dos hemocentros e bancos de sangue. O teste confirmatório nacional, além de mais sensível, o que permite reduzir a janela imunológica (tempo entre a infecção e a produção de anticorpos contra o retrovírus), terá um custo 17 vezes menor do que o usado atualmente, chamado de Western Blot (WB), que é importado.
Estima-se que 2,5 milhões de pessoas, no Brasil, tenham o retrovírus, mas apenas entre 1% e 5% desenvolvam algum tipo de doença. O preço do teste importado WB é de cerca de R$170,00 e ainda, em muitos casos, não consegue solucionar o diagnóstico do paciente. Devido ao preço, sensibilidade e o fato de não ser obrigatório, apenas algumas instituições realizam o teste confirmatório. O nacional, em desenvolvimento, utiliza outra metodologia e além de mais eficaz, terá custo de cerca de R$10,00, ou seja, apenas 6% do valor do importado. Outro fator tão importante quanto ao preço é a redução da janela imunológica, que hoje varia de 36 a 72 dias.
Desde 1993, os hemocentros fazem testes para identificar entre os doadores de sangue possíveis portadores do retrovírus HTLV. Se no primeiro exame for constada a presença do HTLV, a bolsa é descartada e o doador é chamado pela equipe médica dos hemocentros. Mas algumas instituições realizam, para reduzir as dúvidas sobre o resultado inicial, mais um teste para confirmar o resultado do primeiro. Mas a maioria das instituições não realiza o segundo teste, considerando apenas o resultado do primeiro.