Pesquisadores do Instituto Paul Ehrlich, na Alemanha, modificaram geneticamente o vírus do sarampo como teste para combater células-tronco cancerígenas. Atenuado, o vírus se ligou a uma proteína contida na superfície destas células para infectá-las e levá-las à morte. O estudo, que teve resultados positivos, foi publicado recentemente no periódico "Cancer Research".
As células-tronco cancerígenas costumam resistir mais à quimioterapia e radioterapia do que outras, segundo os pesquisadores. Elas são consideradas pela comunidade científica como uma das responsáveis por tumores decorrentes da metástase. Para os cientistas, trata-se de "um novo passo na busca por maneiras de identificar e eliminar as células cancerígenas".
A proteína CD133, diz o estudo, é um marcador característico da superfície de células-tronco cancerígenas. O vírus do sarampo modificado usa a substância como receptora para ingressar nas células e, uma vez dentro, as leva à morte. Os testes foram feitos com ratos que apresentaram células de câncer no fígado e no cólon. O vírus manipulado mostrou atividade antitumoral nos animais, dizem os cientistas. "O crescimento do tumor foi reduzido substancialmente ou até totalmente suprimido", afirma o estudo.
Novas pesquisas devem ser feitas, principalmente para descobrir como atacar todos os tipos de células cancerígenas e para aprimorar o uso do vírus do sarampo e outros tipos.