O chocolate é sem dúvidas o doce preferido do brasileiro. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (ABICAB), o Brasil é o terceiro maior produtor e o quarto maior consumidor de chocolate do mundo. Principalmente na Páscoa, é o produto mais procurado, mas quais são os riscos e benefícios que ele pode trazer à nossa saúde?
Segundo a nutricionista Taísa Annes, o primeiro passo é saber que nutrição não é restrição e sim, equilíbrio e moderação. Isso significa que todo mundo pode aproveitar essa delícia, desde que o bom senso impere. “O que realmente importa é a quantidade e o tipo de chocolate a ser consumido”, comenta.
O chocolate
O chocolate nada mais é do que o produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau, massa (ou pasta ou liquor) de cacau, cacau em pó e ou manteiga de cacau, com outros ingredientes, contendo, no mínimo, 25% de sólidos totais de cacau. De acordo com a nutricionista, os benefícios atribuídos ao chocolate devem-se à presença do cacau em sua composição. Com o passar do tempo, o cacau também obteve reconhecimento por conter antioxidantes, conhecidos como flavonoides. “Essas substâncias são capazes de combater as toxinas que se acumulam em nosso organismo, conhecidas por radicais livres, evitando assim o envelhecimento precoce das células”, explica Taísa.
Como os antioxidantes estão presentes na massa do cacau, quanto mais escuro e amargo for o chocolate, mais antioxidantes ele terá. “Vale ressaltar que o chocolate branco não contém massa de cacau, somente manteiga de cacau, por isso não fornece tais benefícios”, alerta.
Sem culpa
Que chocolates são deliciosos não podemos negar, mas é sempre importante cuidar para não exagerar. A nutricionista garante que quem consegue se controlar, pode ter vários benefícios: “Pesquisas comprovam que o consumo sem exageros de chocolate constituído de 60 a 70% de cacau (assim já é considerado um alimento funcional, que além de nutrir faz bem para saúde) e sem adição de açúcares, tem efeito de proteção ao sistema cardiovascular, melhora do humor principalmente em mulheres na TPM (Tensão Pré-Menstrual), redução do LDL colesterol, proteção ao surgimento do diabetes, diminuição do apetite por doces, dentre outros”.
Taísa explica que a quantidade adequada de consumo diário para uma pessoa saudável é de 30 gramas, o equivalente a um bombom recheado ou quatro quadradinhos de uma barra. Para quem não resiste aos ovos de Páscoa, a dica é quebrá-los e, claro, não consumir tudo de uma só vez. A balança agradece.
Outra dica da nutricionista é ler atentamente os rótulos. “Uma pesquisa feita pelo Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) constatou que a maioria das marcas de chocolate comercializadas no Brasil não informa a porcentagem de cacau nos rótulos. Após a análise de onze marcas, somente três das marcas brasileiras informaram a quantidade de cacau contida no produto”, conta. É fundamental ficar atento à origem dos ingredientes: “O primeiro constituinte da lista é sempre aquele que há em maior quantidade no produto, portanto, se você quer desfrutar dos benefícios do cacau, ele deve ser o primeiro da lista e não o açúcar”, ensina Taísa.
O mais importante é ficar de olho na quantidade. Mantendo o controle, dá para aproveitar a Páscoa sem culpa e sem fugir da dieta.
Dica da Nutricionista: Muita atenção ao valor calórico do chocolate! Você sabia que para queimar 250 gramas de um ovo de Páscoa de chocolate ao leite (que contém cerca de 1300 calorias), você precisa caminhar aproximadamente 4 horas em ritmo acelerado? Então, cuidado. Se você ingerir em excesso, por ser um produto com elevado teor calórico, você poderá engordar e ficar insatisfeito (a) com o seu peso. Lembrando que quanto mais aditivos (nozes, passas, licores, recheios), mais calorias o chocolate irá apresentar. Escolha sempre o melhor para sua saúde e mantenha o controle perante as tentações alimentares.
Nem todo mundo pode comer chocolate. Para essas pessoas, o mercado tem opções:
Diabéticos - chocolate diet (é isento de açúcar, porém, rico em gordura e calorias, atenção: indicado apenas para portadores de diabetes) e à base de soja/sem açúcar (não contém lactose e glúten).
Intolerantes a lactose - chocolate sem lactose; chocolate à base de soja (não contém lactose); chocolate à base de alfarroba (é uma vagem que após torrada e moída resulta em uma farinha utilizada como substituta do cacau, tem apenas 0,7% de gordura, é pouco calórica, além de ser rica em fibras e não conter cafeína, seu sabor é similar ao do chocolate amargo).
Celíacos - chocolate à base de soja (não contém glúten); chocolate à base de alfarroba.