“A obesidade é um grave problema de saúde pública e é preciso encontrar as causas do problema em cada paciente, individualmente, para poder tratá-la”, afirma a endocrinologista Andressa Heimbecher Soares. Especialista em endocrinologia e metabologia, ela é médica colaboradora do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, tendo realizado sua Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital do Servidor Estadual de São Paulo.
Olhar o paciente como um todo, segundo a jovem médica, é fundamental para compreender as causas que o levaram a ter determinado problema. “A endocrinologia é uma especialidade médica que usa um pensamento sistêmico, de causas e efeitos. É preciso olhar o paciente de maneira integrada – investigando seu histórico pessoal e doenças anteriores, e não apenas atendo-se à sua queixa – para fazer um diagnóstico mais correto”, afirma a médica.
Um exemplo de como os endocrinologistas podem ter um olhar diferenciado sobre o que leva um paciente a apresentar um problema é no tratamento do colesterol alto – que pode ser detectado e tratado por clínicos gerais e cardiologistas também. “Entretanto, com boa orientação, é possível postergar a inserção da medicação, ou mesmo nem lançar mão dessa ferramenta”, diz Andressa. Segundo ela, o colesterol alto pode, por exemplo, estar ligado ao mau funcionamento da tireóide, e o tratamento desta glândula pode regularizar o problema.
Pacientes com diabetes tipo II também precisam ser acompanhados por endocrinologistas, para garantir a manutenção dos níveis adequados de insulina – hormônio secretado pelo pâncreas e responsável pela redução das taxas de glicose no sangue.