A chamada gravidez tardia - depois dos 35 ou 40 anos - é um fenômeno mundial. Esse fato causou uma mudança profunda na sociedade, tão grande que ainda é difícil mensurar. Qual a diferença entre essa nova mulher, que pode optar entre ser ou não ser mãe ou mesmo planejar a época de ter filhos, e a mulher que se realizava somente por meio da maternidade? Para o ginecologista Nilo Frantz, diretor do Centro de Reprodução Humana, o preço dessa mudança de mentalidade gera muita angústia e ansiedade. “Se a mulher escolhe a carreira, sabe que tem um relógio interno biológico que lhe diz que pode estar passando a melhor época para ter filhos sem maiores riscos”,explica o médico.
As mulheres estão escolhendo a hora de ter filhos. De acordo com números do IBGE, a tendência é que mais mulheres tenham filhos mais tarde. O padrão de fecundidade no Brasil era de 20 a 24 anos. Agora, tende a reduzir nessa faixa e passar para de 25 a 29 anos. Em 2001, a proporção de registros de nascimentos cujas mães estavam na faixa de 30 a 34 anos, passou de 14,4% para 18,3% em 2011. Por outro lado, houve redução nas taxas de fecundidade de mulheres entre 15 e 19 anos. Em 2001, a proporção de registros de nascimentos cujas mães tinham entre 15 e 19 anos era de 20,9%. Em 2011, no entanto, caiu para 17,7%.