Cientistas da Universidade Cornell, nos EUA, descobriram a provável origem de um câncer agressivo que atinge a membrana de revestimento (epitélio) do ovário, doença considerada a quinta causa de morte por tumor entre as mulheres americanas. Os resultados do estudo feito com camundongos foram publicados recentemente na revista "Nature".
Segundo os médicos, identificar esse tipo de tumor maligno, chamado carcinoma, é difícil porque 70% das pacientes são diagnosticadas em estágio avançado, muitas vezes já com metástase – quando a doença se espalha para outros órgãos do corpo. Além disso, o processo que leva ao desenvolvimento desse câncer é desconhecido, razão pela qual os primeiros testes de detecção ainda não tiveram sucesso.
Alguns tipos de câncer epitelial ocorrem em zonas de transição entre dois epitélios, enquanto outros se formam nas células-tronco do tecido. Todos os órgãos do corpo têm capacidade de regeneração, o que é feito pelas células-tronco adultas localizadas em áreas de cada órgão chamadas nichos de células-tronco.
Sabendo disso, os autores descobriram nas cobaias um nicho de células-tronco que atua na superfície do epitélio do ovário. A equipe observou que o carcinoma se origina preferencialmente a partir das células-tronco encontradas nesse nicho, situado em uma área de transição conhecida como "região do hilo", camada de células que liga os ovários ao restante do organismo.
De acordo com o principal autor do estudo, Alexander Nikitin, que também é professor de patologia e líder do Programa de Células-Tronco de Cornell, agora que se sabe como esse mecanismo funciona em camundongos, será possível olhar para as mesmas áreas em humanos.