Abril foi um mês de intensas atividades. Comemoramos o mês inteiro o aniversário da Academia Passo-Fundense de Letras que, afinal, estava fazendo 75 anos, além de todas as outras atividades para dar conta. Correu tudo tão bem, que pensei passar o mês sem sentir falta de fumar.
Descobri que nunca podemos nos sentir livres de um vício, principalmente quando acontece algo inusitado. Em abril sofri um aborrecimento que, à primeira vista, pareceu importante. Fiquei com muita vontade de fumar, enquanto remoía o que me incomodava. Creio que consegui conter meu ímpeto, com a ajuda de amigos.
Tive prova de que devemos falar da nossa insegurança, quando comecei a receber manifestações de afeto e de apoio. O que me parecia grave, começou a delinear-se e pude dimensionar o tamanho do que e de quem estava me incomodando. Voltar a fumar seria como que o aniquilamento da força de vontade dos últimos meses.
Confesso que foi um dia difícil, um dos mais difíceis da trajetória de ex-fumante. Acordar no outro dia e perceber que eu havia conseguido de novo optar por mim, me fez lembrarde que parar de fumar é uma atitude subjetiva, intransferível e que sou livre para fumar se quiser. Se não fumo é por que não quero mesmo.
Agora tenho internalizado que não fumar é um ato de liberdade e que só as pessoas que gostam de mim têm direito de abalar as minhas estruturas, para tornar-me mais forte, mais resistente. E livre.