Esquizofrenia: como o psicólogo pode ajudar ? Parte 2

Medicina & Saúde - artigo de Cristina Pilla Della Méa e Diego Rafael Schmidt.

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Por Cristina Pilla Della Méa e Diego Rafael Schmidt

O campo da psicologia começou a pesquisar sobre formas de como auxiliar esse grupo de pacientes. Hoje, estudos comprovam que o paciente que faz uso correto da medicação e realiza psicoterapia obtém resultados mais satisfatórios. Sabe-se, inclusive, que o tratamento psicológico proporciona melhor adesão ao tratamento psiquiátrico, fazendo com que as taxas de recaída diminuam.

A psicoterapia individual é uma técnica em que o paciente conversa periodicamente com um profissional especializado a fim de abordar e aliviar seu sofrimento. Quando a pessoa com esquizofrenia passa por esse processo, tem condições de discernir melhor o que é real do que é imaginário. Além disso, a psicoterapia em si é uma forma de treinamento para melhorar as relações interpessoais do paciente. Quer dizer, ele aprende a identificar seus pensamentos e sentimentos e consequentemente, vai se comunicar melhor com aqueles que convive.

Uma das formas de psicoterapia que vem sendo constantemente aperfeiçoada nas últimas décadas é a terapia cognitivo-comportamental. Trata-se de uma abordagem breve, estruturada, orientada ao presente, cujo objetivo é resolver questões focais e modificar os pensamentos e comportamentos desadaptativos. Durante um tempo, pensou-se que pelo fato do paciente estar em alguns momentos fora da realidade, o mesmo não teria condições de realizar essa modalidade de tratamento. No entanto, percebe-se que o paciente psicótico pode fazer uso de áreas intactas de seu psiquismo para buscar pensamentos alternativos às crenças delirantes, fazendo com que se reduza a sintomatologia do sujeito. Ainda, dentro dessa linha teórica, propõe-se um elo de associação entre o conteúdo delirante e a história de vida do paciente, pois havendo uma compreensão do contexto em que há a psicose, torna-se mais fácil o manejo dos sintomas.

Dentro da terapia cognitivo-comportamental, pode-se fazer uso de estratégias comportamentais para trabalhar com os sintomas, reações emocionais e impulsividades, além de lançar mão de estratégias para o manejo das alucinações. Também, utilizam-se as técnicas de resolução de problemas e o treinamento de habilidades sociais com a finalidade de minimizar os níveis de disfunção decorrentes do transtorno.

O surgimento de tais comportamentos também mobiliza diversos sentimentos nas pessoas próximas. A insegurança acaba sendo o mais comum, pois os amigos e a família geralmente não sabem o que está acontecendo com esse sujeito, negam a existência do problema ou, ainda, podem-se gerar conflitos familiares em função de descobrir de quem é a “culpa” por o paciente estar com esses sintomas. Nesse sentido, o psicólogo também ajuda os membros da família a entenderem melhor o paciente e a descobrir como podem manejá-lo, principalmente em situações de crise.

Sabe-se ainda que se trata de uma patologia que não tem cura, no entanto a psicologia é mais uma ferramenta das quais o paciente e a família podem lançar mão para obterem uma maior qualidade de vida.

 Cristina Pilla Della Méa é psicóloga clínica e professora da Escola de Psicologia e do curso de pós-graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental da Imed

Diego Rafael Schmidt é acadêmico do 9º nível da Escola de Psicologia da Imed

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