Doe sangue, salve vidas

Na última sexta-feira, dia 14 de junho, comemorou-se o Dia Mundial do Doador Voluntário de Sangue. A data tem como principal objetivo conscientizar a população da necessidade e importância da doação regular de sangue.

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

 

Doar sangue é salvar vidas. O sangue não pode ser fabricado ou substituído por algum medicamento. Para conseguir sangue humano, somente através da doação. Uma bolsa coletada de um doador pode auxiliar até três pacientes. Mas para que isso aconteça, é preciso que as pessoas doem sangue regularmente.

Segundo o Ministério da Saúde, no inverno, os estoques de sangue dos hemocentros ficam até 30% mais baixos, como também acontece no natal, réveillon e carnaval. O baixo índice de doação associado ao aumento da procura, já que neste período ocorrem muitas festas e viagens de férias – o que pode gerar um aumento no número de acidentes de trânsito, por exemplo -, é responsável por essa diminuição nos estoques.

Por isso, o dia 14 de junho foi instituído como Dia Mundial do Doador Voluntário de Sangue. A data pretende conscientizar a população da importância de manter os estoques de sangue dos hemocentros e centros de hemoterapia. “O sangue humano, até hoje, não pode ser fabricado ou substituído por qualquer medicamento. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o ideal é que 5% da população doe sangue pelo menos uma vez por ano. No Brasil, essa taxa é de apenas 2%. Esta quantidade de doações, ainda sofre uma queda alarmante durante o inverno e as férias, períodos em que geralmente os Serviços de Hemoterapia trabalham com estoque de hemocomponentes com o mínimo necessário. Portanto, é fundamental que as pessoas se sensibilizem e realizem doações de sangue de forma permanente”, explica a médica Cristiane Rodrigues de Araújo, médica responsável técnica do Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo.

De acordo com ela, o Dia Internacional do Doador de Sangue é celebrado com o objetivo de aumentar a consciência da necessidade de componentes sanguíneos seguros e agradecer a todos os doadores as suas doações voluntárias e seu gesto de solidariedade, assim como reconhecer a sua importância e melhorar a saúde e qualidade de vida de muitos doentes. “As transfusões sanguíneas são utilizadas nos mais diversos casos, desde acidentes de trânsito a pacientes cardíacos ou qualquer pessoa que se submeta a uma cirurgia com riscos de sangramento, transplante de órgãos ou doenças onco-hematológicas, de acordo com a necessidade da intercorrência ou patologia”, afirma. Por isso,doar sangue é salvar vidas!

Entrevista

Medicina & Saúde – Como é feito o aproveitamento do sangue doado?

Cristiane Rodrigues de Araújo – Cada unidade de sangue total doado pode privilegiar até três pessoas porque é fracionado (separado) em: concentrado de hemácias, plasma, plaquetas ou crioprecipitado. Também temos no Serviço de Hemoterapia as doações de plaquetas por aférese, em que um doador de plaquetaférese equivale a uma dose terapêutica que representa em média a necessidade de seis doadores de sangue pela técnica tradicional.

Medicina & Saúde – Como é feito o controle de qualidade?

Cristiane Rodrigues de Araújo – A Gestão de Qualidade do Serviço de Hemoterapia abrange todos os setores e atividades do Ciclo Produtivo do Sangue, objetivando avaliar, medir e readequar sistematicamente todos os processos, garantindo, assim, a melhoria contínua da qualidade dos serviços e a segurança do paciente. Entre os processos que são submetidos ao controle de qualidade destacam-se os hemocomponentes, equipamentos, rotinas imunohematológicas e sorológicas. Além de ser obrigatória, a participação de testes de proficiência por avaliações de qualidade externa. Por meio de legislações específicas vigentes, também são sustentadas as demais políticas estabelecidas no Serviço de Hemoterapia, o que possibilita atender o compromisso da equipe de oferecer um atendimento de excelência aos doadores e pacientes.

Condições para ser doador de sangue

Conforme Cristiane, existem critérios de seleção para os doadores de sangue com a finalidade de proteger tanto os doadores quanto os receptores, que são os pacientes. Entre as principais condições para o ato da doação destacam-se:

* portar documento oficial com foto no momento da doação;

* ter idade entre 16 e 67 anos;

* ter peso superior a 50 quilos;

* estar em boas condições de saúde;

* estar alimentado e hidratado no momento da doação.

Processo de doação

No Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo, o candidato a doação percorrerá as seguintes etapas durante o processo:

* cadastro (identificação);

* pré-triagem, onde é feita a verificação de sinais vitais e hematócrito;

* triagem, quando é feita uma avaliação do estado de saúde;

* coleta de sangue;

* lanche.


Recomendações

Nunca vá doar sangue em jejum; faça um repouso mínimo de 6 horas na noite anterior à doação; não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores; evitar fumar por, pelo menos, duas horas antes da doação; evitar alimentos gordurosos nas três horas antecedentes à doação.

Quem não pode doar

Quem teve diagnóstico de hepatite após os 11 anos de idade; mulheres grávidas ou amamentando; pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como AIDS, hepatite, sífilis e doença de chagas; usuários de drogas.

Colaborou

Cristiane Rodrigues de Araújo, graduada em Medicina pela Universidade de Passo Fundo e especialista em Hematologia e Hemoterapia. Atualmente, é médica responsável técnica do Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo

Gostou? Compartilhe