O uso de flores e plantas no tratamento de animais e humanos é relatado já com os aborígenes australianos que comiam a flor inteira e tratavam desta forma inclusive seus animais. Tanto os egípcios como os africanos e os malaios já faziam uso das flores para tratar desequilíbrios físicos e emocionais. Na Idade Média, Paracelso, místico e alquimista (século XVI) utilizava as essências florais, recolhendo o orvalho das flores, para tratar animais e humanos.
O Dr. Edward Bach (1886 – 1936), cirurgião, chefiou o Pronto Socorro do University College Hospital. Renomado médico patologista e bacteriologista, Bach desenvolveu vacinas injetáveis para tratar doenças crônicas, a partir de bactérias intestinais. Em 1918 começou a trabalhar no London Homoeopathic Hospital, onde conheceu a filosofia de Samuel Hahnemann, identificando-se com ela, tornando-se homeopata. Atuou por mais de 20 anos em Londres, porém, insatisfeito com as limitações da medicina ortodoxa que se concentrava na análise de sintomas, passou a procurar um tratamento mais eficaz que atingisse a causa das doenças.
Em 1928 chegou à conclusão de que as pessoas se enquadram em grupos de tipos distintos (bem como os animais) e que, cada um destes grupos reage à doença de uma forma particular. Da experiência no preparo de vacinas orais, passou a associar tipos de personalidade a plantas específicas e, obteve, em pouco tempo, resultados surpreendentes. Ele desenvolveu 38 essências florais que cobriam todos os aspectos da natureza humana, animal e todos os estados mentais negativos que acompanhavam as enfermidades.
Os florais de Bach atuam através do tratamento do indivíduo e não da doença, harmonizando sua condição emocional para que, através da transformação em estados mais positivos, possa ser estimulado seu próprio potencial de autocura.
As essências florais são medicamentos diferentes da alopatia, da homeopatia e da fitoterapia. São compostos energéticos provenientes das flores, cujos princípios ativos não são químicos, mas eletromagnéticos. Todos os remédios usados em seu método de tratamento são preparados a partir de flores, arbustos ou árvores silvestres. Não são prescritos diretamente segundo o mal estar físico, mas sim, de acordo com o estado mental do paciente. Todo estado emocional negativo como depressão, medo, agressividade, geram adoecimentos que, não aconteceriam se o estado mental estivesse equilibrado. Conforme Wright (1988) as essências florais são: Soluções líquidas infundidas de padrões, feitas com as flores de determinadas plantas que contêm uma marca específica que responde – equilibrando, reparando e reconstruindo – os desequilíbrios dos seres humanos nos níveis físico, emocional, mental e espiritual ou universal.
Leonardi (1995) explica que essa “marca” é a característica vibracional da flor: sabe-se que tudo no universo emite uma vibração. O que faz alguma coisa ser vermelha são as vibrações que ela emite. Do ponto de vista científico, o vermelho, é a vibração desse objeto. As flores também têm certa frequência. Se você processa a flor numa essência e ingere essa substância, seu corpo começa a vibrar nessa frequência. Ela começa então a promover a sincronização das células e dos tecidos do seu corpo, fazendo com que vibrem nesse nível.
Os métodos de preparação dos florais são a radiação solar e a fervura. Para Bach, a causa real da doença seria uma distorção no comprimento de onda, no campo energético orgânico, que se torna mais lento, tendo como resultado estados mentais negativos que limitam a energia vital, aumentando a suscetibilidade do indivíduo ao adoecimento.
Os efeitos da terapia floral de Bach são reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 1976, como uma terapêutica vibracional que busca o reequilíbrio através de estímulo energético. Porém, trata-se de uma prática não médica, muito utilizada por terapeutas e psicólogos, com bons resultados complementares a outras terapêuticas como a fitoterapia, homeopatia e alopatia, sem interferir com estes outros tratamentos.
“A cura da doença pode ser encontrada descobrindo o errado dentro de nós e, erradicando esta falha pelo desenvolvimento pleno da virtude oposta. Não lutando contra o errado, mas permitindo que a virtude oposta inunde o nosso ser e ilumine a falha da nossa natureza” (Edward Bach).
Mariza Casagrande Cervi é docente do curso de Farmácia da Universidade de Passo Fundo (UPF), especialista em Homeopatia e Saúde Coletiva e mestre em Envelhecimento Humano