Terror noturno

Acordar no meio da noite com o grito de alguém que está passando por uma crise de terror noturno pode ser bastante assustador. Mas é importante que quem presencia essa situação, aja com tranquilidade

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Caracterizado como episódios recorrentes de despertar abrupto, geralmente ocorrendo durante a primeira terça parte do episódio principal de sono e iniciando com um grito de pânico, o terror noturno ainda é pouco conhecido e causa certa apreensão a quem convive com pessoas que passam por este problema. Afinal, acordar à noite com um grito de pavor de alguém, não é melhor maneira de despertar, especialmente se a crise continuar com gritos e outras situação que induzem ao pânico.

Procurar assistência especializada, tanto de médicos neurologistas como de psicólogos, é importante para quem passa pela crise e para quem convive com pessoas com este problema. De acordo com o psicólogo Vinícius Thomé Ferreira, da Escola de Psicologia da Imed, manter a calma é o principal nesses momentos. “É importante que as pessoas que estão atendendo quem está com terror noturno fiquem calmas e busquem conter a pessoa com tranquilidade. A crise de terror noturno passará em alguns minutos, mas é comum que quem nunca presenciou uma crise fique assustado. De qualquer forma, é fundamental manter a tranquilidade e buscar um atendimento especializado”, afirma.

Terror noturno em crianças

Este problema pode atingir também os pequenos e pode ser bastante assustador para os pais quando começam a acontecer. Na maioria das vezes, na ânsia de acalmar a criança, eles podem contribuir para que a crise, que deveria passar em poucos minutos, acabe perdurando por mais tempo.

Conforme Ferreira, o terror noturno pode ocorrer em crianças, possivelmente relacionado com o processo natural de amadurecimento do sistema nervoso. “Também pode estar associado a eventos estressantes, tais como mudança de cidade, de escola, ou outro fator que alterou a rotina da criança ou do adolescente de forma importante. Além do atendimento médico, é fundamental nestes casos o atendimento psicológico, pois assim será possível efetuar as mudanças necessárias no ritmo de vida da família e da criança para uma melhor adaptação”, salienta o psicólogo.

Por isso, os pais devem agir com calma e tranquilidade. “É muito importante que os pais tenham tranquilidade para atender a criança no momento da crise, e que posteriormente busquem o atendimento especializado, com psicólogo e médico, para identificar as causas dos sintomas”, explica.

Entrevista

Medicina & Saúde – O que caracteriza o terror noturno?

Vinícius Thomé Ferreira – O terror noturno, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) é definido como episódios recorrentes de despertar abrupto, geralmente ocorrendo durante a primeira terça parte do episódio principal de sono e iniciando com um grito de pânico. Ocorre medo intenso e sinais de excitação autonômica, tais como taquicardia, respiração rápida e sudorese durante cada episódio. Além disso, também é comum ocorrer uma relativa ausência de resposta a esforços de outros para confortar o indivíduo durante o episódio, não há recordação detalhada de algum sonho e existe amnésia para o episódio.


Medicina & Saúde – A pessoa que sofre de terror noturno tem consciência das ações quando está passando pela "crise"?

Vinícius Thomé Ferreira – É bem comum que a pessoa tenha pouca ou nenhuma consciência do que está ocorrendo, visto que ela não está totalmente consciente.

Medicina & Saúde – Existe tratamento para este problema?

Vinícius Thomé Ferreira – Sim, o tratamento deve ser feito após uma avaliação neurológica, preferencialmente. É também indicado o atendimento psicológico, para abordar eventuais estressores que podem estar contribuindo para o surgimento dos sintomas e prejudicando o sono.


Colaborou

Thomé Ferreira, professor doutor da Escola de Psicologia da Imed

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