Aos meus queridos colegas

Por Juliana Scchneider

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O tema da minha coluna desta semana mudou assim que comecei a ler a última aquisição da minha biblioteca. E hoje, por aqui, faço uma homenagem a quem estufou o peito e teve coragem de fazer da moda seu trabalho.

O livro “Styling e criação de imagem de moda”, uma compilação de artigos dos grandes pensadores de moda do Brasil (grande parte deles foram meus professores), nascido da pós graduação que cursei, é um dos primeiros relacionados a área no país. Bibliografia para quem quer ser um stylist ou consultor de imagem, por exemplo, é quase inexistente por aqui. E, mesmo assim, corremos atrás de informação e não medimos esforços.

Quando dizemos que trabalhamos com moda, pelo menos para a maioria das pessoas, não soa como “trabalho”. Como para grande parte da população, comprar roupas pode ser visto como supérfluo, ostentação, futilidade ou coisas do tipo, o profissional dessa área carrega um pouco desses preconceitos.

O mercado da moda, com é hoje, é muito jovem. Ele ainda está em fase de crescimento. E, com a economia como anda, não se sabe como ele vai ficar. Mas, mesmo assim, encaramos a bronca. Somos corajosos. Entramos sem saber como será nosso futuro e nos deparamos com situações que só uma profissão que não tem sindicato ou associações se depararia. Uma vez me falaram que se o trabalho não é palpável, ele parece que não vale muito. Mas se formos pensar: enchemos o mundo de beleza. Ajudamos as pessoas a serem quem elas são. Somos comunicadores de mão cheia.

Precisamos saber, além da técnica de fazer uma roupa existir, de psicologia, marketing, história e cultura. Temos que entender de sociologia para compreender como está a sociedade em que vivemos e assim decifrarmos quais são os desejos das pessoas. Zeitgest, você já ouviu falar? Sim, temos que ler, estudar, pesquisar para mostrar para as pessoas que somos profissionais sérios como os de qualquer outra profissão. E, além disso tudo, não somos unidos. O que nos enfraquece. E, muito me entristece.

Fica aqui meu desabafo. Fica aqui, um pedido de reconhecimento. Fica aqui uma homenagem. E, nessa época que vivemos de reivindicações, fica aqui meu protesto. 

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