Respirar é uma função fisiológica tão importante para o ser humano que o mínimo obstáculo que dificulte a passagem do fluxo de ar pelas vias aéreas superiores provoca enorme desconforto. E é isso o que caracteriza a obstrução nasal: uma diminuição da quantidade de ar que consegue passar pelas fossas nasais durante a inspiração.
Dependendo do grau de obstrução, o ar passa a ser inspirado pela boca. “A obstrução pode ser uni ou bilateral – ou seja, afetar um ou os dois canais do nariz -, parcial ou total, constante ou transitória, dependendo da especificamente da sua causa”, explica Alexandre Cercal, Otorrinolaringologista e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial, de Curitiba.
Situação que faz com que a obstrução nasal fique ainda mais presente no dia-a-dia da população é quando chega o inverno, já que nessa época o organismo fica mais suscetível a contrair infecções – como o vírus da gripe -, um dos sintomas que faz com que a obstrução nasal se agrave. Outros sintomas comuns que fazem com que a obstrução nasal seja provocada ou agravada, são a sinusite, o desvio do septo ou a presença de pólipos no nariz.
Em geral, quando a causa é uma infecção por vírus, o incômodo é passageiro, mas se for provocado por rinites alérgicas, por exemplo, ele pode ser persistente e progressivo se houver uma barreira que impeça a passagem do ar. O especialista lembra que, se uma pessoa apresenta obstrução nasal com frequência, ela deve ser avaliada por um médico para diagnóstico e tratamento específico.
“Adultos com obstrução nasal correm o risco de fazer uso abusivo de descongestionantes e criar dependência desses medicamentos, que podem envolver implicações perigosas por causa da vasoconstrição que eles provocam em todo o organismo, por isso é tão importante procurar um médico caso a obstrução dure mais de uma semana”, ressalta Cercal.
Apesar de extremamente desconfortável, a obstrução nasal decorrente das gripes e resfriados serve para indicar que o organismo está reagindo para eliminar o vírus que ataca a mucosa do nariz. “A questão é que essa reação inflamatória algumas vezes é exagerada e produz coceira, coriza e, às vezes, espirros”, explica o especialista.
Normalmente a obstrução nasal pode ser considerada como um efeito colateral inofensivo, porém, dependendo dos casos, ela pode interferir nos padrões de audição, de sono, e precisar ser tratada com remédios mais fortes, como antibióticos – receitados pelo médico. “Em alguns casos, o ideal é que seja realizada a cirurgia corretiva do desvio de septo, em outros a retirada das adenóides... Varia de caso para caso, mas é necessário procurar um especialista se a obstrução durar mais de uma semana e começar a atrapalhar atividades cotidianas”, conclui Cercal.