A legislação brasileira proíbe a exposição de crianças e adolescentes ao cigarro,e ao álcool, as drogas mais comuns. O país dispõe da Lei Federal 8.069/1990, que proíbe a venda de cigarros a eles, mas nossas crianças e adolescentes não encontram dificuldades para adquirir o produto.
Além da oferta escancarada e da falta de fiscalização, nossos filhos convivem excessivamente com pessoas que fumam. O número de fumantes ainda é grande e fuma-se cada vez mais cedo.
Eu sofro o remorso de haver mostrado aos meus filhos algo tão prejudicial. Lembro das inúmeras vezes em que, envergonhada, procurei desculpas para não atender ao pedido das crianças para que eu não fumasse.
Tenho um filho que fuma, pelo que me penitencio, mas sei que chegará a hora dele de encarar a necessidade de deixar o tabagismo. Sinto que a minha decisão de parar está ajudando para que tenha a coragem necessária para tomar a decisão dele.
Devo agradecer à escola onde meus filhos estudaram, pelas atividades de valorização da vida que desenvolveram com eles, o que teve um peso enorme para que escolhessem ser saudáveis. A escola é a grande aliada dos pais na tarefa de educar e de cuidar. Quando a escola tem boas políticas, professores marcantes e olhar atento, nossa tarefa de educadores é potencializada.
Dei um tremendo mau exemplo às minhas crianças, mas sei que não o fiz por falta de caráter, mas por fatores difíceis de contornar. Vejo-os orgulhosos de mim e muito mais tranquilos com relação à minha saúde. Há alguns anos assistiram ao pai fazer o mesmo, sem que eu o acompanhasse. Teria sido muito mais fácil se tivéssemos parado juntos.
Não vou perder meu tempo com lamentações, por que não é disso que a minha família precisa, por que, espero, não tenha parado tarde demais. O tempo dirá!