HC pra quê?

Por Juliana Scchneider

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No inicio do mês de julho, aconteceu em Paris a temporada de desfiles de alta costura. O evento que reúne os remanescentes  desse mercado, além de mostrar a “arte” dos criadores, foi de encontro a uma de minhas grandes indagações atuais: em que ocasião usar roupas de gala?

Lá em Paris, já temos o reflexo da mudança dos tempos e, conseqüentemente, da cultura dos povos. Aquelas roupas rebuscadas, feitas totalmente de forma artesanal, com os melhores tecidos e aviamentos, com bordados de deixar qualquer um de queixo caído, únicas e exclusivas, estão com seu final praticamente decretado. Com cada vez um numero menor de marcas em seu line up, a semana de moda de “Haute Couture” francesa, mostra a agonia desse mercado, e, também, de certa forma, a mudança de comportamento das pessoas que costumavam consumir esses produtos, fora do país, e, também, por aqui.

Não precisamos ir muito longe para buscarmos um exemplo palpável de que as coisas estão diferentes. Em conversa com uma amiga querida, também do ramo da moda, e que muito admiro, me dei conta de que, aqui em Passo Fundo, não há mais onde usar uma roupa de gala, a não ser em um casamento muito formal ou formatura que saia dos padrões atuais. Neste ano não teremos nem baile debutantes e nem a tradicional Comenda, festas que eram esperadas ansiosamente pelas mulheres da cidade, pois finalmente teriam a chance de fugir da rotina de roupas casuais, para vestirem trajes diferenciados para uma noite em que seu traje, contribuía muito para ser uma “experiência” especial.   

E através dessa decadência do mercado da alta costura, nos deparamos com o reflexo de uma sociedade que deixou de lado costumes tradicionais, como um baile de debutantes por exemplo. Toda aquela “poesia” das aulas de etiqueta, da preparação para a grande noite, da primeira valsa se foram, em especial por aqui. Não é somente a China, com suas produções em massa, que tornaram as roupas de festas mais baratas, a grande culpada pela agonia do mercado glamoroso dos vestidos para uma noite de rainha ou princesa, quando toda mulher se sente e se coloca, através de seu traje, na posição da dama da sociedade. Na verdade alguns valores trazidos de muitas décadas nas sociedades tradicionais foram deixados de lado. A moda,realmente é um reflexo do tempo que vivemos.

Lembro das festas aguardadíssimas do calendário de eventos da cidade. Lembro que a escolha do vestido era um evento a parte.  Ainda temos chances de desfilarmos, lindas e poderosas, em vestidos longos. Thanks God! E, nesse mundo onde tudo está muito casual e despojado, as vezes sentimos falta do glamour que vivenciamos muito mais de longe, nos tapetes vermelhos e passarelas do mundo. 

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