A importância da amamentação

Medicina & Saúde - texto de Alessandra Belina.

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Amamentar é muito mais do que alimentar. O aleitamento materno constitui a forma ideal de alimentação da criança nos primeiros meses de vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda amamentação materna até os dois anos de idade, com aleitamento materno exclusivo ao seio por período não inferior a seis meses e introdução de alimentos complementares a partir dessa idade.

Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de horários e de duração das mamadas. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com maior frequência e sem horários regulares. Em geral, um bebê em amamentação exclusiva ao seio mama de oito a 12 vezes ao dia.

O aleitamento materno é muito vantajoso, além de ser prático e econômico, afinal está sempre pronto e na temperatura ideal. Existem vários estudos que comprovam sua superioridade sobre outros tipos de leite quando se fala em nutrição de humanos. Traz várias repercussões a curto, médio e longo prazo como: redução da mortalidade na infância, proteção contra a diarreia (é importante destacar que essa proteção pode diminuir quando o aleitamento materno deixa de ser exclusivo, mesmo que a criança receba só água nos intervalos), proteção contra infecções respiratórias, e também contra alergias. Previne hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes no adulto. Proteção contra obesidade, mas também promove o crescimento, pois contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento da criança pequena. O aleitamento atua positivamente na promoção do desenvolvimento cognitivo da criança, isto é, no que se refere ao aprendizado e ainda promove o desenvolvimento da cavidade bucal, devido ao exercício que a criança faz para retirar o leite da mama. E também apresenta vantagens para a mãe, pois atua como fator de proteção para o desenvolvimento de câncer de mama, promove o vínculo afetivo entre a mãe e o recém-nascido.

A amamentação é fortemente influenciada pelo meio onde está inserida a nutriz. É importante o apoio e incentivo das pessoas que cercam a mãe (companheiros, avós da criança, amigas, vizinhas...), e para o sucesso na amamentação é importante um ambiente calmo, colaboração da família com as tarefas da casa para que a mãe possa dedicar-se mais ao bebê. Vale a pena lembrar que os pais tem um papel forte no apoio à amamentação, por isso devem estar envolvidos no processo. Para o sucesso na amamentação já se deve iniciar a preparação das mamas ainda no pré-natal com orientação do seu obstetra, levando em consideração caso a caso. Ao nascimento ainda no hospital vale muito os primeiros dias com dicas da equipe (obstetra, pediatra, equipe de enfermagem) sobre a pega (forma adequada de o bebê abocanhar o mamilo), posições confortáveis para a amamentação, cuidados com os mamilos pra evitar fissuras, e principalmente manter a calma, ter consciência que no início pode ser encontradas algumas dificuldades, principalmente quando é o primeiro filho, além do recém-nascido ter que aprender a mamar, a mãe terá que aprender a dar de mamar. Ter a noção de que em algumas situações o leite pode demorar um pouco para descer, mas que o insucesso numa primeira tentativa não seja motivo para desanimar. É preciso persistência e tranquilidade.

 

Alessandra Belina é pediatra e neonatologista, rotineira e plantonista da UTI neonatal do Hospital São Vicente de Paulo

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