Cientistas americanos sugerem mudanças na definição de câncer

Medicina & Saúde - coluna semanal do Centro Integrado de Terapia Onco-hematológica

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Um grupo de cientistas do Instituto Nacional do Câncer (NCI, na sigla em inglês) dos EUA e da Universidade da Califórnia recomenda mudar a definição de câncer e eliminar essa palavra de alguns diagnósticos clínicos.

As indicações foram publicadas no "Journal of the American Medical Association" (Jama). Segundo os médicos, algumas condições pré-malignas – como uma que atinge as mamas, chamada carcinoma “ductal in situ” – não são consideradas câncer por muitos especialistas.

Por essa razão, a palavra carcinoma deveria ser excluída de determinados laudos, para que os pacientes tenham menos medo, não achem necessariamente que vão morrer nem procurem tratamentos desnecessários ou potencialmente nocivos, como, por exemplo, uma cirurgia de remoção das mamas.

Outras lesões nos seios e em órgãos como próstata, tireóide e pulmão também não deveriam ser chamadas de câncer, na opinião dos cientistas americanos. Em vez disso, esses problemas poderiam ser reclassificados como "lesões indolentes de origem epitelial" (Idle, na sigla em inglês).

Para os estudiosos, ao longo dos últimos 30 anos, a conscientização e as triagens levaram a uma ênfase no diagnóstico precoce do câncer. Embora esses esforços ajudaram a reduzir as taxas da doença em estágio avançado e mortes, dados americanos apontam que houve um aumento significativo nas primeiras fases na doença, sem uma diminuição proporcional nos estágios mais avançados.

O grupo destaca que as novas recomendações servem apenas como abordagens iniciais. Isso porque médicos e pacientes também precisam se envolver em uma discussão aberta sobre essas questões complexas. Além disso, os meios de comunicação precisam compreender e divulgar a mensagem para que as triagens melhorem.

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