Conheça a colelitíase

Medicina & Saúde - Popularmente conhecida como pedras na vesícula, a colelitíase é bastante frequente, mas está longe de ser algo grave e sem tratamento. Pelo contrário, atualmente já é possível fazer cirurgias minimamente invasivas para a retirada das pedras.

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A colelitíase, também conhecida como pedras na vesícula é uma doença muito frequente, conforme explica o médico Daniel Navarini, especialista em cirurgia do aparelho digestivo. “A bile, que é produzida pelo fígado e flui para o intestino, auxilia na digestão dos alimentos. Uma parte da bile fica temporariamente armazenada na vesícula biliar e sofre um processo de concentração neste órgão. Alguns fatores podem promover a formação e a precipitação de cristais que, pelo acúmulo de novas camadas, podem formar os cálculos (pedras)”, informa.

De acordo com ele, a maioria dos pacientes com colelitíase não possuem sintomas. Nos sintomáticos, o principal é a dor que geralmente ocorre na parte superior direita ou na região central superior do abdome (hipocôndrio direito ou epigástrio). “Com muita frequência os pacientes atribuem tais sintomas a doenças gástricas devido à semelhança da sintomatologia”, comenta.

 Tratamento

Conforme Navarini, o tratamento é indicado principalmente para pacientes com sintomas, ou quando há complicações da colelitíase, além de outras situações menos comuns. “O tratamento de escolha é a colecistectomia videolaparoscópica (retirada da vesícula por videocirurgia). Ela é realizada através de pequenas incisões abdominais, nas quais são colocados portais que permitem a colocação de uma câmera de vídeo para visualização da cavidade abdominal e o acesso com pinças que possibilitam a execução da cirurgia”, destaca.

Em casos específicos, segundo o médico, pode ser indicado o tratamento com medicação, mas as indicações para este tipo de tratamento são muito restritas. “O tratamento tem como objetivo controlar os sintomas e também evitar o desenvolvimento de complicações da doença como a colecistite aguda (inflamação da vesícula), a pancreatite (inflamação do pâncreas), coledocolitíase (migração de pedras para a via biliar principal), entre outras. Estas complicações podem ser graves e geralmente necessitam de tratamentos de urgência”, salienta.

 

Quem pode ter pedra (cálculo) na vesícula?

Pedra ou cálculo na vesícula é uma doença bastante comum. Cerca de 10% das pessoas tem pedra na vesícula. Mais de 10 milhões de brasileiros têm esse problema. Qualquer pessoa pode ter pedras na vesícula, mas algumas têm maior possibilidade, como:

  • Idade – apesar desta doença poder acometer até crianças, ela aumenta com a idade e é mais comum em adultos e idosos.
    • Mulher – as pedras a vesícula são mais comuns nas mulheres do que nos homens, principalmente nas que já ficaram grávidas.
    • Obesidade - quanto mais gordo, maior a possibilidade de ter pedra na vesícula. Entretanto, os magros também podem ter cálculo.
    • Hereditariedade - as pessoas que têm familiares com cálculos possuem mais chances de ter essa doença do que os que não têm.

(Fonte: Colégio Brasileiro de Cirurgia do Aparelho Digestivo)

 

Entrevista

Medicina & Saúde – Homens e mulheres podem sofrer com o problema? Quem apresenta maior número de casos?

Daniel Navarini – Tanto homens quanto mulheres podem desenvolver pedra na vesícula, porém é muito mais frequente entre as mulheres. Os principais fatores de risco para desenvolver a colelitíase são: sexo feminino, idade (principalmente após os 20 anos de idade), obesidade, histórico de várias gestações, histórico familiar, entre outros. Porém, qualquer pessoa pode desenvolver a doença, mesmo sem fatores de risco identificados.

 

Medicina & Saúde – É possível prevenir o aparecimento das pedras?

Daniel Navarini – Uma das principais formas de reduzir o risco de desenvolvimento de colelitíase é o controle no ganho de peso, visto que a obesidade é um fator de risco importante. No entanto, pessoas que possuem predisposição genética ao desenvolvimento da doença podem desenvolver pedras na vesícula mesmo sem outros fatores. Por ser uma doença muito frequente e que pode apresentar complicações importantes, é fundamental que pessoas com sintomas abdominais façam uma avaliação médica.

 

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