Com mais de 100 mil salões de beleza espalhados por todo o país, em 2011 o Brasil aparecia como terceiro maior consumidor de produtos de beleza do mundo, atrás apenas dos EUA e do Japão, de acordo com os dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Em 2012, passou para segundo lugar. Hoje, o país é visto como expoente nessa área, principalmente pela grande oferta de matéria prima e recursos naturais. Para se ter uma ideia, o mercado estético está extremamente aquecido, ficando atrás apenas do setor da construção civil e do ramo automobilístico.
Mas o que mudou para fazer com esse mercado crescesse tanto? Segundo a coordenadora do curso de Estética e Cosmética da Universidade de Passo Fundo Margarete Rien, a preocupação não é exclusivamente com a beleza. O fato de as pessoas estarem vivendo mais fez com que elas passassem a se preocupar com a saúde. Nós vemos em muitos lugares a importância de estar bem cuidado, de ter um corpo saudável, cabelos e pele bonitos, mas segundo a professora, falamos de beleza de uma forma efêmera. Para Marga, o cuidado com o corpo é, acima de tudo, uma questão de necessidade: “De nada adianta nós termos uma vida longa se o nosso corpo não vai contribuir com a questão do bem-estar e da saúde”, alerta.
O mercado em Passo Fundo
Marga vê o mercado em Passo Fundo em plena expansão. “Se nós observarmos a quantidade de clínicas estéticas que oferecem os mais diversos tratamentos, os salões de beleza, já temos franquias de depilação que eram vistas só em grandes centros”, comenta. Para ela, isso coloca os profissionais da área em outro patamar, fazendo com que busquem cada vez mais um aprimoramento profissional. “Não adianta o mercado estar indo bem, estar sendo promissor se não corresponder a necessidade das pessoas”, explica Marga.
Segundo a professora, apesar da expansão, em termos de qualidade o mercado local tem muito a desenvolver ainda. “Estamos dando alguns passos, algumas movimentações, como o nosso curso de Estética e Cosmética, mas a gente tem muito caminho para percorrer, até mesmo em função da regulamentação da profissão, que está tramitando no Congresso Nacional”, conta. De acordo com Marga, o mercado estético não é um mercado novo, mas é um mercado que está de organizando de uma forma diferente.
Outra questão importante para o desenvolvimento do mercado diz respeito a grande oferta de produtos e à ampla divulgação, seja pelas mídias das marcas ou mesmo por blogs que tratam de moda e beleza. Para a professora isso é uma evolução da cosmética, já que as blogueiras, por exemplo, são muito ligadas e conseguem incrementar a divulgação não só de produtos, mas de técnicas e serviços. “A estética está mais na vitrine, digamos que ela é a bola da vez, o mercado está ofertando muitas coisas e a mulher tem essa questão da feminilidade, da sensualidade, a questão da curiosidade, de se cuidar e as blogueiras começaram a perceber essa oferta e essa necessidade”, explica.
O melhor profissional
Diante de tanta oferta, muitas vezes surge a dúvida de como escolher um bom profissional da área da beleza. Para Marga são vários quesitos: o principal deles é a formação. Vale investigar há quanto tempo ele está no mercado, se ele tem experiência, quais os cursos que ele fez e até mesmo a linha de produtos que ele usa – “a gente sabe que não tem como fazer uma bom trabalho com produtos de qualidade inferior e o que é bom tem preço”. Outro requisito que a professora destaca é a empatia, afinal, não adianta você escolher um bom profissional, ter todos os requisitos, se você, simplesmente, não gostar dele. “Sem contar que o cliente está mais exigente. E eu vejo como algo positivo porque a informação forma as pessoas, você é obrigado a buscar recursos para poder atender o que o cliente está querendo”, conclui.