Pesquisa revela que 44% dos homens nunca foram ao urologista

Medicina & Saúde - não é de se assustar que o câncer de próstata, hoje, seja o segundo que mais acomete homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, com ocorrência principalmente depois dos 65 anos.

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Pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que entrevistou cinco mil homens, revelou que 47% dos entrevistados nunca realizaram exames para detectar o câncer de próstata, 44% jamais se consultaram com o urologista e 51% nunca fizeram exames para aferir os níveis de testosterona (hormônio masculino) no sangue.

Diante desses números, não é de se assustar que o câncer de próstata, hoje, seja o segundo que mais acomete homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, com ocorrência principalmente depois dos 65 anos. Em 2012, foram diagnosticados 60.180 novos casos dessa neoplasia, segundo o último levantamento realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Próstata

Ligada ao sistema reprodutor masculino, a próstata é uma glândula localizada na base da bexiga, onde é constituído parte do líquido seminal. Os tumores na próstata podem se desenvolver de duas formas. Alguns crescem rapidamente e se espalham pelo corpo, podendo levar à morte. A maioria deles, porém, demora aproximadamente 15 anos para atingir um centímetro, e entre oito ou dez anos para apresentar manifestações clínicas. “Muitos portadores de câncer de próstata não chegam a tomar conhecimento da doença, convivem com ela sem que haja prejuízos perceptíveis, chegando à morte por outros motivos”, conta o médico Amândio Soares, diretor da Oncomed.

Todo homem carrega, em seu código genético, uma orientação para que a célula normal da próstata se transforme numa célula maligna, causadora do câncer. Paralelamente, gens protetores, chamados “supressores”, geram a destruição dessas células. Porém, “com o passar do tempo, e as diversas divisões celulares, pode ocorrer o acúmulo de perdas de gens supressores. Assim, a formação das células malignas no organismo é liberada”, explica o médico.

Identificando a doença

De forma geral, os casos de neoplasia desse tipo não apresentam sintomas, principalmente se a doença estiver em estágio inicial. Por esse motivo, é recomendável que todos os homens a partir dos 40 anos de idade se submetam ao exame de toque retal e ao PSA (antígeno específico da próstata). Na primeira alternativa, o exame é feito por meio da análise do formato e consistência da próstata a partir do tato do especialista. “Apesar da alta incidência e dos riscos, muitos homens são resistentes ao exame de toque, ainda considerado um dos mais eficazes para detectar a doença”, explica Soares.

Já o exame de antígeno, específico da próstata, determina o nível de PSA no sangue, uma proteína produzida exclusivamente pela próstata que tem sua quantidade aumentada significativamente em casos de câncer. “Isoladamente, o exame de PSA não é capaz de determinar se o indivíduo é ou não portador da neoplasia. O nível da proteína também cresce em caso de algumas infecções ou crescimento benigno da próstata. Daí a importância de fazer os dois exames”, argumenta o médico.

Apesar de raramente serem identificados através de sintomas, alguns merecem acompanhamento médico. “A dificuldade de liberar a urina, o jato urinário fraco ou o aumento do número de micções podem ser indicativos, mas não apontam necessariamente a presença do câncer de próstata, pois são comuns em casos de crescimento benigno da glândula”, atesta Soares.

Tratamento

O tratamento do câncer da próstata é multidisciplinar, podendo envolver cirurgia, radioterapia, uso de hormônios ou quimioterapia. A escolha do tratamento ideal é feita dependendo do estágio da doença e das características de cada paciente. Se a neoplasia de próstata é diagnosticada em estágios iniciais, a cirurgia é uma das opções terapêuticas, assim como a radioterapia e a braquiterapia.

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