Para muitas mulheres, o período da gravidez é tranquilo e as únicas apreensões são quanto à saúde do bebê que estão gerando. Mas para outras, o medo de engordar e de ter dificuldade em voltar ao peso normal de antes da gestação podem ser uma preocupação que as faça recorrer a dietas. Entretanto, muito cuidado nessa hora, porque é através da alimentação adequada que o bebê vai se desenvolver bem. Por isso, dietas só as recomendadas pelo médico e acompanhadas pelo nutricionista.
Contudo, durante este período, é importante que as mulheres evitem alguns alimentos. “Não existem alimentos proibidos, existem alimentos que devem ser evitados, entre eles os principais são: carnes e ovos crus ou semicrus (ex.: ovo com a gema mole, sushis, sashimis, quibe cru), queijos frescos e leite não pasteurizado”, explica a nutricionista Elen Machado Pereira.
De acordo com ela, essa restrição existe porque nesses alimentos existem bactérias e microorganismos que podem causar algum dano no desenvolvimento fetal. “Como essas bactérias não resistem ao calor, o cozimento deve sempre ser feito. Deve-se também ter uma atenção maior no consumo de frutas, legumes e verduras cruas. Elas devem ser sempre muito bem lavadas e desinfetadas com produtos específicos existentes no mercado. Um dos microorganismos mais perigosos é o toxoplasma gongii, que transmite a toxoplasmose, que, muitos acreditam ser transmitida apenas pelos gatos, também é transmitida pelo consumo de carne crua ou mal passada e alimentos crus com higiene inadequada”, salienta Elen.
De outro lado, existem alimentos que devem estar incluídos na alimentação das gestantes. “A gestante deve dar prioridade a uma alimentação equilibrada, com alimentos de boa procedência. Durante toda a gravidez ela deve comer de três em três horas, mantendo sempre uma variedade, incluindo cereais integrais, carnes, leites e derivados, verduras e frutas das mais diversas cores. Assim, ela terá a garantia de estar ingerindo as vitaminas e minerais essenciais para o desenvolvimento do bebê. Não podemos esquecer-nos da hidratação, a ingesta de água deve ser por volta de 2lts/dia, respeitando sempre a tolerância do organismo”, argumenta.
Entrevista
Medicina & Saúde – É possível seguir dieta de reeducação alimentar e restrição calórica durante a gravidez?
Elen Machado Pereira – Uma dieta de reeducação alimentar é possível seguir sim durante a gravidez, sempre com o acompanhamento de um profissional, uma vez que a reeducação leva a mudanças nos hábitos alimentares e de vida, buscando sempre um equilíbrio na ingesta de nutrientes. Já a dieta de restrição calórica não é recomendada nesse período, pois durante a gestação (principalmente no segundo e terceiro trimestres) a mulher necessita ingerir uma quantidade um pouco maior de calorias para assegurar o crescimento e desenvolvimento normal de seu bebe. Nos casos onde a gestante se encontra em sobrepeso, ou ate mesmo obesidade, faz-se uma reeducação e acompanha o ganho de peso para que ele seja adequado ao período da gestação em que ela se encontra.
Medicina & Saúde – Existem casos em que é necessário que a gestante faça algum tipo de regime durante a gestação? Quando?
Elen Machado Pereira – Existem casos onde a gestante precisa fazer uma reeducação alimentar e um acompanhamento do seu ganho de peso por um profissional especializado, neste caso o nutricionista, para que este assegure que a gestação ocorrerá de uma forma saudável para a mãe e para o bebe. Geralmente esses acompanhamentos ocorrem em gestantes que possuem uma patologia já instalada (hipertensão, diabetes, obesidade) ou que tem um alto risco de desenvolvê-las ao longo do período gestacional, e também quando o ganho de peso está insatisfatório, podendo prejudicar o desenvolvimento geral do bebê.
