Microcefalia/Macrocefalia

Medicina & Saúde - coluna do médico neuropediatra José Renato Donadussi Pádua

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Alguns pais procuram o médico, pediatra ou neurologista pediátrico, mostrando preocupação quanto ao tamanho da cabeça dos filhos. Perguntam, com frequência: “a cabeça do meu filho é muito pequena, ou muito grande?” A “moleira está muito aberta?” a inteligência depende do tamanho da cabeça?”, entre outras. E é função do médico esclarecer, avaliando cada caso individualmente.

Define-se microcefalia (cabeça pequena) quando o perímetro craniano (medida da circunferência da cabeça) está mais de dois desvios-padrão abaixo da média para uma dada população (idade, sexo, raça, estatura da criança). E o contrário, ou seja, macrocefalia (cabeça grande) quando está dois desvios-padrão acima da média.

A fontanela (“moleira”) anterior mede, em média 3 cm x 2 cm ao nascimento, e fecha em quase 100% das crianças até os 18 meses de idade (um ano e meio). Já, a fontanela posterior está presente em apenas 40% das crianças e fecha até os 3 meses de idade.

A microcefalia pode ser primária, tendo causas genéticas ou ambientais, tendo como exemplos casos herdados do pai ou da mãe (casos familiares), infecções durante a gestação (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus), entre outros. Mas também pode ser secundária a encefalites, hipóxia peri-natal, infarto cerebral, trauma... e, como microcefalia em geral reflete o tamanho do cérebro, pode estar associada a inúmeros distúrbios neurológicos.

A macrocefalia tem duas causas possíveis: aumento do tamanho do cérebro ou hidrocefalia.

O ideal é que o perímetro craniano seja medido periodicamente e estas medidas sejam lançadas em um gráfico para que se acompanhe a velocidade do crescimento da cabeça e, desta forma, verificar a normalidade destas medidas. Deve-se medir, também, as cabeças do pai e mãe, para comparação com a cabeça do filho.

A inteligência não depende tão somente do tamanho da cabeça e/ou cérebro, e sim de aspectos multifatoriais.

Então, como foi dito acima, cada caso deve ser avaliado de forma individual, buscando fazer um bom diagnóstico, não devendo ser esquecido o acompanhamento concomitante do desenvolvimento neuropsicomotor. Só então a conduta a ser adotada é planejada e executada, igualmente de forma individual.

 

José Renato Donadussi Pádua, médico neuropediatra

 

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