Por Osvandré Lech
Impressiona o poder das palavras no dia-a-dia da profissão médica; aprendemos estes jargões e passamos a vida repetindo-os. Parece que ao repeti-los, incorporamos a vibração e o poder de convencimento contidos naquelas frases. “Se você quiser falar comigo, primeiro defina os termos” (Voltaire). Desta forma, conseguimos nos comunicar melhor com nossos pacientes e praticar uma medicina ideal, pois “os médicos mais notáveis são os que sabem incluir fé e esperança na receita aos seus pacientes” (O. S. Mardem).
Por outro lado, “um médico despreparado é uma arma apontada para a sociedade” (Marco Antônio Becker). Neste terceiro milênio mecanicista, impessoal e multifuncional, estar preparado para exercer a ortopedia significa muito além de conhecer todas as técnicas de reparação. “Se toda a medicina não está na bondade, menos vale dela separada” (Miguel Couto). “Queres ser médico, meu filho? Esta é a aspiração de uma alma generosa, de um espírito ávido de ciência. Tens pesado bem no que há de ser a tua vida?” (Esculápio).
Afinal, “o paciente espera do médico disponibilidade, carinho e habilidade — availability, amability, ability —. Nesta ordem!” (Harold Kleinert).
Em medicina sempre haverá possibilidade de aprender mais. “Eu erro, mas tenho errado menos que os demais cirurgiões” (Guillaume Dupuytren). Além disso, devemos desenvolver a capacidade de aceitar diferentes pontos-de-vista. “Eu não espero que os meus contemporâneos aceitem todas as minhas doutrinas; talvez as próximas gerações possam adotá-las e aperfeiçoá-las” (Joseph Lister), já que “o sinal mais gratificante do rápido progresso do nosso tempo é que os melhores livros-textos se desatualizam tão rapidamente” (Theodor Billroth).
Osvandré Lech é ortopedista, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e secretário do Internacional Board of Shoulder and Elbow Surgeons