Ressonância magnética das mamas reduz biópsias por falso-positivos

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Durante o Simpósio de Câncer de Mama, promovido recentemente pela American Society of Clinical Oncology (ASCO), foi demonstrado que, realizada por profissionais experientes, a ressonância magnética das mamas, em conjunto com a mamografia ou o ultrassom, pode contribuir para evitar biópsias de lesões suspeitas que se transformariam em falso-positivos. De acordo com Kevin Strobel, da Universidade de Aachen, na Alemanha, o Colégio Americano de Radiologia desencoraja o uso da ressonância nos casos de suspeita de câncer de mama detectados na mamografia ou no ultrassom. Entretanto, o exame aumenta a precisão do diagnóstico em questão, evitando que a paciente seja submetida a uma biópsia mamária desnecessariamente.

O estudo acompanhou 2.754 pacientes entre junho de 2010 e abril de 2012. Nos casos em que a ressonância magnética foi realizada para avaliar alterações suspeitas da mamografia, houve um aumento de 19,3% para 92,3% na precisão diagnóstica de nódulos e de 21,1% para 62,5% na precisão diagnóstica de calcificações. Quando realizada como complemento do ultrassom, a ressonância apresentou aumento de 13,5% para 71,4% na precisão diagnóstica de nódulos.

De acordo com a doutora Vivian Schivartche, médica radiologista especialista em diagnósticos de câncer de mama em São Paulo, somente 20% dos nódulos diagnosticados por métodos de imagem são associados a tumores malignos. Daí a importância de recorrer a outros exames de imagem, como a ressonância magnética, que podem ajudar a indicar melhor a biópsia.

O rastreamento mamográfico começa aos 40 anos, mas as mulheres podem notar o aparecimento de um nódulo no seio em qualquer idade. “Durante a mamotomia, fazemos biópsia de nódulos de até 1,5cm ou calcificações muito pequenas agrupadas nas mamas. O procedimento, que é guiado pela estereotaxia (mamografia), ultrassom, ou por ressonância magnética, é realizado em clínica ou ambulatório, dispensa internação, faz uso de anestesia local – sendo indolor – e praticamente não deixa nenhuma cicatriz na paciente, retirando bastante material da lesão. Vale ressaltar que a mamotomia é indicada para nódulos ou lesões não palpáveis, encontrados nos exames de rastreamento (imagem)”, diz a médica.

De acordo com a radiologista, até poucos anos atrás, a mulher era submetida a um procedimento cirúrgico para retirar a lesão e analisar se o nódulo era benigno ou maligno. “A paciente permanecia internada por dois ou três dias e ainda ficava com cicatriz. Ou seja, a maioria das mulheres nessas condições sofria desnecessariamente. A mamotomia, que é realizada na maior parte das clínicas das grandes cidades, é um método diagnóstico preciso, facilita a vida da paciente e não deixa marcas – nem físicas, nem emocionais”, diz a médica.

 

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