Seja pela estética, pela saúde ou ambos. A prática de algum exercício físico está cada vez mais presente na vida das pessoas. Opções não faltam, a explosão de novas modalidades é uma constante. Porém, nem sempre as novas técnicas agradam quem as testa ou proporcionam os resultados esperados e indicados. Diferente de todas as outras, o Pilates é uma modalidade que já está no mercado há quase 100 anos. Inventado pelo alemão, Joseph Pilates, no período que corresponde a primeira Guerra Mundial (1914-1918), o método vai além dos interesses físicos e atinge os princípios terapêuticos e médicos.
A educadora física Milene Fior, que é instrutora de Pilates, relata que a lista de benefícios para quem pratica a modalidade é longa e longe de ser completa. “O Pilates se diferencia dos demais métodos de exercício porque serve tanto para quem quer esculpir o corpo, como para os interessados em exercícios capazes de ajudar na prevenção ou na recuperação de problemas como dores e lesões” evidenciou. Trabalhar a saúde do corpo como um todo é o principal princípio do Pilates. “O corpo torna-se mais forte, flexível e resistente, e como se não bastasse o método trabalha também as questões mentais, onde melhora a concentração e a memória. Pelo fato de trabalhar a respiração, o Pilates ajuda também no controle das emoções”, completa a profissional.
Ao criar a modalidade, Pilates se preocupou com uma técnica que fortalecesse a região central do corpo humano. A metodologia criada por ele, teve como base o conceito de “centro de força”, ou Power House. “Pilates estruturou uma técnica onde fosse possível fortalecer as musculaturas que envolvem o centro do corpo, ou seja, fortalecer toda a região torácica, abdominal e pélvica, ativando inclusive as musculaturas mais difíceis e profundas, pouco acionadas em nosso cotidiano. A função principal dessas regiões é dar estabilidade ao corpo e também possuem o importante papel de sustentação da coluna vertebral”, explicou Milene.
A comprovação dos benefícios proporcionados pelo Pilates possuem a certificação de estudos. O Departamento de Medicina do Esporte e Reabilitação do Instituto Ortopédico Gaetano Pini da Itália comprovou que pacientes com dores na lombar que praticaram o Pilates tiveram ganhos similares a quem praticou fisioterapia tradicional. A vantagem, diz o estudo, está na satisfação dos pacientes que praticaram Pilates, onde 61% declararam-se muito satisfeitos com a modalidade contra 4,5% dos que foram submetidos a outra técnica.
Aprovação
O empresário José Cláudio Pereira, de Passo Fundo, era acostumado a praticar diversas modalidades de exercício físico, sendo que a preferida era o futebol. Pereira viu o hábito saudável de vida que levava ficar comprometido quando as dores na coluna, com incidência na lombar, surgiram. Por indicação médica, o empresário resolveu testar o Pilates. “No início pensei que não daria certo, pois achava que era muito lento e que seria uma modalidade que não daria o resultado que os outros exercícios me proporcionavam”, contou. A ideia inicial que José fez do Pilates mudou ainda no início das sessões. “Já a partir das primeiras aulas percebi que as dores na coluna diminuíram e que minha condição física estava melhor. Diferente dos outros exercícios que praticava, o Pilates me deu flexibilidade, coordenação motora e melhorou a postura. Outra diferença importante que notei foi na atenção. Consigo me concentrar melhor depois que iniciei o Pilates”.
A dentista e professora universitária, Cristine Aparecida de Oliveira, também de Passo Fundo, buscava um exercício que não fosse cansativo e que desse resultado. O Pilates foi escolhido primeiramente por Cristine como um teste. “Eu fiquei surpresa como o Pilates exige e trabalha a musculatura. Antes de praticar temos uma percepção, que no meu caso, mudou totalmente após iniciar as aulas. É agradável, relaxante e o resultado é ótimo”, contou. Outro diferencial que Cristine relata também está relacionado a concentração. Segundo a dentista, para praticar a modalidade, que intercala exercícios com a forma de respiração, é preciso treinar e se concentrar muito.
A modalidade é indicada também para pacientes que irão, ou que já fizeram procedimentos de cirurgia plástica. O cirurgião plástico Juarez Missel ressalta que a técnica, por fortalecer os músculos, potencializa os resultados da cirurgia. “O Pilates é uma modalidade que beneficia as pacientes tanto no pré como no pós-operatório. Por ser dividido em séries de exercícios que têm, entre suas funções, a hipertrofia muscular profunda, o Pilates é uma ótima combinação com o procedimento cirúrgico para resultados mais duradouros e satisfatórios”, esclarece.
Milene evidência que o Pilates é uma prática que promove o equilíbrio muscular, que tem por objetivo alongar as musculaturas que estão encurtadas e fortalecer as musculaturas que estão fracas. “Essa compensação resulta em uma melhora na eficiência mecânica do corpo, que reduz consideravelmente o desconforto e as dores”. A profissional destaca também que o Pilates preocupa-se em realizar uma sessão de exercícios da forma mais eficiente possível. “Não importa a quantidade e sim a qualidade em que o exercício é realizado. O nível de dificuldade dos exercícios ocorrem de forma gradual, dividido em fases: do pré-pilates (aluno iniciante) ao intermediário até o avançado, sempre respeitando a individualidade biológica de cada praticante”.
Quanto ao sucesso do método, Milene atribui diretamente aos benefícios que ele proporciona. “Quem pratica Pilates sente emoção, e como diria o mestre Joseph Pilates: ‘com 10 sessões você perceberá a diferença, com 20 sessões os outros irão perceber a diferença e com 30 sessões você terá um novo corpo”.
Principais benefícios
- Correção postural
- Ganho de força e flexibilidade
- Aumento da densidade óssea
- Alívio de tensões e dores
- Reabilitação das lesões
- Reforço da musculatura do corpo de forma global
- Auxilia na prevenção das lesões
- Desenvolve a consciência corporal
- Controle do estresse e sono
- Ajuda a reduzir medidas corporais
Colaboraram
Juarez Missel, cirurgião plástico
Milene Fior, educadora física