Coluna: Um tesouro daqui

Por Juliana Scchneider

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O bom é quando a vida te apresenta coisas inesperadas em momentos inusitados. E, te surpreende. A coluna dessa semana vem de uma experiência incrível que tive, aqui mesmo em Passo Fundo, na semana que passou. De repente, por alguma razão, em uma tarde quase perdida, entrei em um “paraíso”, e compartilho por aqui, pois acredito que tem muita gente que vai sentir o que eu senti pisando lá.

Para mim, a moda vai muito além de roupas. A moda é um reflexo dos tempos e dos movimentos sociais. Cobrimos os nosso corpo conforme o que queremos comunicar, e estamos inseridos em um determinado momento da história que, também, vai falar algo através do que vestimos. Cores, materiais, desing, são exemplos de fatores determinantes para se situar em determinado tempo. E, interligado com a moda de cada época, uma infinidade de coisas, também, contam histórias sem fim de nossa própria história.  E é aí, nessa bifurcação de elementos do nosso cotidiano, que fazem nossos tempos e a própria história, que quero chegar.

Descobri que Passo Fundo tem um tesouro. Móveis, objetos, livros, discos, documentos, e mais tudo que se possa pensar das mais diferentes décadas estão lá, em um dos lugares mais acolhedores que já fui por aqui. Eu poderia passar dias e noites lá. E, além da história física, palpável, o dono do lugar, que por sorte me atendeu, tem uma história de vida daquelas de escrever para colocar em uma estante.

Talvez pela minha cara de encantamento, e pelo que eu fui procurar lá, o seu Wilson veio conversar. Chegou timidamente, e me disse, que por termos gostos parecidos ele iria me contar um pouquinho dele. Seu Wilson, dono do Antiquario Brega e Chic, deixou Passo Fundo no começo dos anos 60, com 16 anos e foi para o Rio de Janeiro, com o sonho de ser rock star. Morou em uma pensão com Raul Seixas, foi amigo de Elis Regina, ajudou artistas como Jorge Bem Jor. Saiu em revistas da época como cantor de “twist” e “rock”, tocou em shows no Rio e em SP. Voltou, abriu uma das primeiras gravadoras do Rio Grande do Sul. E, aqui não dá para descrever e escrever tudo que ele me contou. Mas me alimentou a alma. Saí de lá com vontade de voltar.

E falando em moda e pesquisa, seu Wilson Ricardo tem um acervo de barbies de todas as épocas. Tem revistas de moda do começo do século passado.  Está com planos de ter um acervo de roupas de época. Tem a história da moda lá. No meio de um monte de histórias. Em um lugar encantador, que não tem como não conhecer e se deslumbrar. #ficaadica

 

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