Um novo método que se propõe a verificar o nível de consciência de uma pessoa em sono profundo, em coma ou anestesiada, desenvolvido pelo físico brasileiro Adenauer Casali durante o doutorado na Universidade de Milão, na Itália, em colaboração com uma equipe internacional, pode revelar como a mente de pacientes que não conseguem se comunicar com o meio externo por limitações cognitivas, sensoriais ou motoras, funciona. A técnica foi capa da edição da revista Science Translational Medicine.
Os pesquisadores associaram a estimulação magnética transcraniana à detecção de sinais por eletroencefalograma para avaliar a capacidade de diferentes partes do cérebro de interagirem e formarem uma percepção ou atividade consciente.
Durante o estudo foram comparadas a complexidade da ativação cerebral de 32 voluntários saudáveis em diferentes níveis de consciência – quando despertos e alertas, dormindo em sono profundo ou sob efeito de diferentes anestésicos. Os resultados das medições mostraram que sempre que os sujeitos perdiam a consciência, a complexidade da ativação cerebral era drasticamente reduzida. Esses parâmetros foram então comparados aos resultados obtidos em 20 pacientes diagnosticados com diferentes níveis de consciência.
A aplicação clínica de seus resultados poderá evitar que pacientes conscientes sejam erroneamente classificados como vegetativos. Mas ainda será necessário refinar o método, que é indolor e não apresenta riscos, em mais pacientes antes que se possa torná-lo prática corrente nas Unidades de Tratamento Intensivo.