A lactose é o principal açúcar do leite e seus derivados e precisa ser metabolizada (quebrada) em galactose e glicose para ser absorvida pela mucosa do intestino delgado. Para isso, se faz necessária a presença de uma enzima chamada B-galactosidase, mais conhecida como lactase.
Quando essa enzima é deficiente, a lactose não é digerida e passa para o cólon, onde é metabolizada em gases intestinais, CO2 e H2 e H2O, pelas inúmeras bactérias existentes. Surgem então os sintomas limitados ao trato gastrointestinal, característicos da intolerância à lactose, que acomete aproximadamente 70% da população adulta no Brasil: distensão abdominal, cólica abdominal e diarreia, sintomas esses que podem ser leves a acentuados e que dependem também da quantidade de lactose da dieta.
Por exemplo, pessoas intolerantes à lactose podem tolerar 12 gramas de lactose, o que equivale a 1 xícara de leite, mas se a frequência e a quantidade exceder 12 gramas, os sintomas também aumentam, lembrando que existe a variabilidade individual.
A fim de atender essas necessidades, a indústria fornece produtos com baixo teor de lactose, ela não retira a lactose do leite, mas faz o que o organismo de pessoas com deficiência de lactase não consegue fazer: quebra a lactose em galactose e glicose para serem absorvidas.
Dentre esses produtos, o próprio leite, que em comparação com o normal que apresenta 4,8%, reduz para apenas 1% de lactose. Outra opção aos que não conseguem excluir de suas dietas os queijos, seria o consumo de queijo maturado (parmesão e suíço) que apresentam muito menos lactose se comparados a um tipo muito consumido, o minas frescal.
Também existem cápsulas de lactase que podem ser ingeridas antes do consumo de produtos que contenham lactose e que contribuem para um melhor processo digestivo.
Tatiana Cunha é médica Pós-graduada em Endocrinologia e Terapêutica da Obesidade em Campo Grande