Verão e férias escolares. Combinação perfeita para que as crianças desfrutem, ao máximo, do tempo livre para brincar e se divertir. Nesta época do ano, os pequenos fazem de tudo em busca de curtição e os pais não sabem, ao certo, o que fazer para proporcionar a alegria da molecada com segurança.
Segundo o médico ortopedista Mauricio Mod, coordenador regional da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) e membro da SBJC (Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho), que atua em São Paulo, nesta época do ano, cresce a incidência de ferimentos graves, contusões e fraturas que acometem, principalmente, os punhos e os joelhos das crianças. Para prevenir estes acidentes, aconselha o especialista, é recomendada a orientação dos pequenos quanto à segurança e ao uso de equipamentos de proteção. “Os pais precisam estar atentos, principalmente, com relação ao calçado das crianças, dando preferência aos tênis firmes, com solados compatíveis ao local onde ela está brincando”, aponta o médico.
Uma falha muito comum, destaca o ortopedista, é o uso de chinelos ou os chamados Crocs para andar de bicicleta. “Estes calçados não protegem os pés das crianças e podem enroscar no aro da bicicleta, causando torção ou fraturas. O ideal é optar, sempre, pelo tênis”, ressalta.
Dentro ou fora de casa?
Muitos pais, devido à correria do trabalho em tempo integral, acabam estimulando as crianças a escolherem os jogos eletrônicos, por serem brincadeiras que podem ser realizadas dentro de casa. Entretanto, afirma Mod, estas atividades também podem promover vícios posturais, dores musculares e tendinite, principalmente, nos membros superiores. “Os pais devem limitar o tempo de uso dos jogos eletrônicos e estimular outras brincadeiras que proporcionem a movimentação da criança”.
O verão é o momento propício para as brincadeiras ao ar livre, recheadas de movimento e agito. Apesar de serem mais agitadas, oferecendo maior risco de lesões, o ortopedista ressalta que elas são uma escolha saudável, pois aumentam a integração, melhoram o perfil cardiovascular e a coordenação motora.
Se a brincadeira será realizada na piscina, os pais devem redobrar a atenção. Não apenas com o risco de afogamento, maior causa de morte acidental entre as crianças, mas com as possíveis lesões causadas na borda da piscina, alergias ao cloro e, principalmente, exposição ao sol, sem a devida proteção. “As crianças adoram saltar para dentro da piscina, o que pode ocasionar lesões. A supervisão de um adulto, tanto à beira da piscina, quanto em qualquer outro ambiente, é essencial para garantir a segurança dos pequenos”, diz o médico.
No caso de alguma lesão ou fratura, o especialista orienta que os pais devem, primeiramente, manter a calma, imobilizar o local com um pano ou algum material rígido, colocar gelo e procurar um pronto-socorro. “Não promova a automedicação e, principalmente, não passe nenhum produto no local, apenas gelo”, salienta.
