Incertezas e outros fundamentos ao progresso do conhecimento

Medicina & Saúde - artigo de Helena de Moraes Fernandes

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· 2 min de leitura
Aprender o que é pesquisa e o sentido de trabalhar nisso permite identificar quais são as pesquisas inspiradorasAprender o que é pesquisa e o sentido de trabalhar nisso permite identificar quais são as pesquisas inspiradoras
Aprender o que é pesquisa e o sentido de trabalhar nisso permite identificar quais são as pesquisas inspiradoras
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Se você tem incertezas, se desapega de paixões e de agradar, você pode ser cientista. Mas precisa coragem para perguntar o que precisa ser perguntado. O quê? Não é seguro basear-se somente no descoberto. A realidade e o conhecimento mudam – mesmo nas áreas mais objetivas. Apesar das relações ciência-política-economia-vaidades, cientistas observam a realidade, identificam algo a resolver ou a ser mais compreendido. Depois, esforçam-se intelectualmente (refletem, estudam – inclusive a História - raciocinam logicamente) para, com disciplina e método, tentarem expandir as fronteiras do conhecimento.

Pesquisadores(as) publicam porque o interesse é que a compreensão progrida e outros(as) podem encontrar mais soluções/ inspirações se souberem como, em quais condições, com quais procedimentos e até que ponto você contribuiu. Os artigos acadêmico-científicos em periódicos especializados parecem ser o point para essa atualização. Publicar neles é ajudar e pedir ajuda aos(às) outros(as) pesquisadores(as): desconsiderei algo importante? O que mais pode ser feito?

Aprender o que é pesquisa e o sentido de trabalhar nisso permite identificar quais são as pesquisas inspiradoras. Nelas, assim como na boa música, são necessários: disciplina, método, matemática, sentir, perceber e, inclusive, fazer sentir e fazer perceber – no caso da divulgação e da formação à iniciação científica. É preciso pretender “dominar” a linguagem científica, suas lógicas e suas convenções sabendo que nunca vai dominá-las, porque as linguagens acompanham a realidade – que é indomável. Tentar “dominar” um modo de pensar sem se deixar dominar nem pelo modo, nem pelo medo, nem pelo sentir - porque a verdade e o diferente e o novo podem dar medo em alguns(mas) e pânico em outros(as).

Há quem invista esperanças na pesquisa científica assim como na política. Todavia, além de esperanças, há que se investirem esforços no aprender sobre, no participar de, no fazer bem aquilo. Em ciência, ser famoso(a) é estudar e pesquisar tanto, por tantos anos, que contribuiu com novos conhecimentos úteis sobre algo. Mas, descobriu provado por fatos, verificáveis e passíveis de comprovação se repetidas as condições e a experiência. O compromisso do(a) pesquisador(a) com a verdade não é como o compromisso do torcedor do Grêmio, porque se a verdade dá sinais de estar em outro time é para lá que o(a) pesquisador(a) tem que ir..

Você pode não ser cientista titulado(a) e, mesmo assim, ser cientista de alma. Isso porque a ciência é um jeito de pensar e de “acordar”: sendo o(a) mais verdadeiro(a) e o(a) mais livre possível e lidando sempre com a dor de não saber o bastante e de, às vezes, enganar-se no que sabe. Acima de tudo, é importante ser cientista de si mesmo(a), para diminuir o desconhecimento de si. Por quê isso é importante? O quê, exatamente, isso significa? Quem já conseguiu, fez isso como?

 Helena de Moraes Fernandes é professora e pesquisadora da Universidade Federal Fronteira Sul, mestre em Educação e especialista em Comunicação e Saúde

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