Todos nós nascemos com um destino – genético, cultural, espiritual ou criado por padrões ou crenças desde a fecundação, tendo a tendência de desenvolver um tipo de comportamento negativo, que criará um resultado também negativo. No entanto, não é necessário cumprir esse destino, bastando ter consciência de seu problema para operar uma mudança em prol de seu bem-estar. E é exatamente nesse ponto que a Astrologia Científica, se mostra uma ferramenta bastante eficaz. O Psicoastrólogo Clínico e Numerologista Empresarial, Voltaire Dandreaux e Silva, Membro do Conselho Nacional de Astrologia e da Federação de Astrologia da França, explica que aAstrologia como terapia permite auxiliar a pessoa a descobrir o seu potencial e os seus dons, levando-a a encontrar o seu caminho de vida que só a ela pertence.
Que tipos de astrologia existem e qual a relação que ela estabelece com outras áreas do conhecimento?
Voltaire Dandreaux e Silva - Hoje existe uma classificação estabelecida pela Associação Mundial de Astrologia e por Escolas como as da Inglaterra, da Alemanha, da França, da Argentina, dos Estados Unidos, que são um expoente em termos de tradição dentro dessa área. Segundo essas referências, existe a astrologia folclórica, que seria o horóscopo, aquele que se vê em revistas, jornais; assim como toda a parte de pedras, cores, planeta regente. Existe, também, a astrologia clássica, que pode ser subdividida em duas: astrologia oriental, fundamentada na Escola Hindu, e astrologia ocidental, fundamentada na Escola Inglesa. São técnicas de interpretação bem tradicionais, caracterizando as pessoas de acordo com os signos sob os quais ela nasceu, com os aspectos que formam o mapa, sem se aprofundarem na parte mais sutil desse mapa. Existe, por fim, a astrologia avançada, que está diretamente ligada a conceitos científicos, embora existam algumas polêmicas e restrições nesse sentido.
Que tipo de polêmicas e restrições?
Voltaire - É que alguns cientistas ainda não consideram a astrologia como uma ciência. Mas eu diria que a astrologia é um misto de ciência e de arte, porque ela está ligada a essas duas áreas, e está ligada também a uma série de outras áreas, como filosofia, mitologia, história e, principalmente, à psique. Ela tem como base a estatística, desde o início de seus estudos, que vêm de seis mil anos, com fundamento na noção de sincronicidade, que fecha com a psicologia jungiana, pois, segundo Jung não existe coincidência, acaso, sorte nem azar, e sim sincronicidade. A astrologia é pura sincronicidade. E a astrologia também tem a ver com a física, sobretudo com a física quântica. Então, eu considero que a astrologia hoje esteja dentro do que se pode chamar de conceito científico.
Dentro dessas classificações, em que área você atua?
Voltaire - Eu atuo na astrologia avançada, aquela que se particulariza em algumas abordagens específicas, como a astrologia clínica, que é a minha especialidade e que trabalha com a psique humana, associada a todos os conceitos da psicanálise, da psicologia, da mitologia, da filosofia.
Qual dessas três áreas é mais comum entre os astrólogos?
Voltaire - Sem dúvida, a astrologia clássica, que é o mapa astral. Eu diria que 90% dos astrólogos do Brasil trabalham nessa área, interpretam o mapa, mas deixam a desejar no sentido de fazer com que o mapa seja realmente um instrumento para o nosso autoconhecimento e para fins terapêuticos. A abordagem clássica é interessante em termos de autoconhecimento, mas ela não avança, deixando de agregar outras técnicas, outras abordagens, outros conhecimentos, o que a astrologia avançada consegue fazer, mostrando a influência que ela tem ou pode ter em nossa vida como uma ferramenta de fato.
Que perfil o profissional da astrologia precisa ter para desempenhar um bom trabalho?
Voltaire - A condição primordial e indispensável é o conhecimento em outras áreas. Por exemplo, quem atua na psicoastrologia clínica, que é o meu caso, precisa ter conhecimento em psicologia, psicanálise, filosofia, mitologia, história, em comportamento humano. Quem atua na astrologia empresarial precisa ter conhecimento em gestão, em marketing, em administração, para não ficar apenas na parte mística, que nem sempre leva aos objetivos aos quais o paciente quer ou precisa chegar. A astrologia avançada, que é contemporânea, analítica e holística, não pode ser confundida com uma arte adivinhatória. Eu costumo dizer que o astrólogo clínico, que trabalha com a linha avançada, não é vidente, ele é evidente. Porque nós estamos atrás de evidências; se usa matemática, geometria, estatística, todos os fundamentos da sincronicidade, ciclos, até porque tudo no universo é formado por ciclos. Há todo um contexto.
Como se dá a influência dos signos na vida das pessoas?
Voltaire - Na verdade, nós temos dentro de nós os doze ciclos do zodíaco e, no momento em que você nasce, essas qualidades dos signos são ativadas de acordo com a posição planetária no céu, porque o mapa astral é exatamente a fotografia do céu na hora em que você nasce. Por isso nós precisamos da data, da hora e do local do nascimento, porque essas coordenadas refletem todas as características que a gente traz na nossa pisque e que vem ao encontro da Lei de Hermes, do microcosmo e do macrocosmo. O que é em cima é embaixo, o que é embaixo reflete em cima. Diante disso, o astrólogo tem condições de fazer uma leitura do seu manual, interpretando esse manual. Então, cada signo é como se fosse um programa que é acionado dentro de nós quando a gente nasce, como se o ser humano fosse um computador, tendo um destino predeterminado pelas características genética, espiritual, emocional, física, cultural, influências que podem traçar um caminho que levará a um resultado. A evolução é a primeira lei da vida. Se você não evolui como ser humano, como profissional, como amigo, como marido, como qualquer outro papel que exerça, acaba ficando para traz ou morrendo... E essa lei da evolução está contida na memória celular do ser humano, tanto espiritual como material, do físico mesmo. Então nós temos quatro organismos (emocional, espiritual, físico e mental) que, independentemente da nossa vontade, nos colocam diante de algumas situações, atraem situações que nos fazem mudar. E isso é cíclico. Por isso nós conseguimos saber quando uma pessoa está com predisposição para entrar numa crise existencial: naquele período esse organismo se organiza e obriga, através do nosso próprio inconsciente, a ir atrás de situações, a começar a enxergar e se incomodar mais com as coisas que atrapalham a nossa evolução, e consequentemente nós entramos numa crise. Afinal, existe o ego, que resiste às mudanças, e essa resistência do ego faz com que entremos em conflito. Uma parte de nós tem que fazer essas mudanças, o que envolve inclusive a nossa capacidade de desapego, além de coragem de trocar o certo pelo duvidoso.
Como a psicoastrologia clínica pode auxiliar nesses momentos de crise?
Voltaire - Ela pode ajudar conscientizando a pessoa, com base no mapa, de todos os bloqueios, traumas, crenças negativas, medos, autopunições, culpas que, ao se manifestarem, atrapalham a sua evolução. Feito isso, com o auxílio de uma técnica da psicologia cognitivo-comportamental, se cria uma terapia que faz com que o paciente vá mudando seu comportamento, eliminando, consequentemente, as crenças negativas, de forma que consiga mudar o resultado, que é o destino. Esse caminho, digamos, é apontado pelo mapa, que nos dá a possibilidade de conhecer o percurso correto para que se chegue ao destino correto. Nós criamos o nosso caminho e nós escolhemos um destino, mas para isso precisamos de conhecimento e autoconhecimento, no que a psicoastrologia pode auxiliar. Às vezes, o mapa interpretado dentro da astrologia tradicional, no contexto veloz em que vivemos, pode se tornar conflitante, porque de que vale você ter uma informação e não saber o que fazer com essa informação? A psicoastrologia te dá a informação, conduz e indica a forma como essa informação deve ser usada para ajudar a corrigir os pontos fracos que existem na tua psique, na tua personalidade, no teu caráter, e acaba se tornando coadjuvante nas terapias convencionais, na psicologia, na psicanálise, sem jamais, é claro, ter a intenção de substituí-las.
Para encerrar, quais são os órgãos que regulamentam essa profissão?
Voltaire - No Brasil, temos a Associação Brasileira de Astrologia, a Central Nacional de Astrólogos, os sindicatos e o Conselho Nacional de Astrologia. Internacionalmente, gostaria de destacar a Federação de Astrologia da França, da qual também sou membro, assim como de todos os órgãos brasileiros que citei.