Afogamento - Parte 2

Medicina & Saúde - coluna de Julio Cesar Stobbe, vice-diretor médico do HSVP e coordenador da emergência.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, afogamento, é responsável por 0,7% de todas as mortes no mundo, ou seja, 500 000 mortes/ano. É a principal causa de morte entre jovens de 5 a 14 anos de idade no mundo todo. Nos Estados Unidos da América afogamento é a segunda causa de morte entre crianças de 1 a 4 anos de idade, com uma taxa de 3 por 100 mil crianças. Na Tailândia, por exemplo, esse número é, até os 2 anos de idade, de 107 por 100 mil crianças. No caso do Brasil são 7 mil mortes/ano e 65% em águas internas.

Os riscos de danos cerebrais severos decorrentes de afogamentos funcionam da seguinte maneira:
- Socorro adequado de 0 - 5 min: 10% de risco de dano neurológico severo;
- Socorro adequado de 6 - 10 min: 56% de risco de dano neurológico severo;
- Socorro adequado de 11 - 25 min: 88% de risco de dano neurológico severo;
- Socorro adequado > 25 min: aproximadamente 100% de risco de dano neurológico severo.
Conhecedores de que a demora é própria dos meios onde não há cuidados adequados e equipes de atendimento treinadas a prevenção é, sem dúvida, a melhora forma de evitar danos neurológicos severos e incapacidade permanente pós-afogamento.


Cuidado e observações que devem ser rotinas na prevenção para evitar tragédias anunciadas:
1. Ensinar precocemente a natação e medidas de segurança (flutuação a partir de 2 anos de idade e natação a partir dos 4 anos de idade)
2. Nunca nadar sozinho
3. Obedecer regras colocadas em placas e bandeiras
4. NUNCA ir para a água após ter ingerido bebidas alcoólicas
5. Preferir nadar em locais com salva-vidas
6. Conhecer os locais de banho e as condições da água
7. Entrar primeiro em águas rasas ou conhecidas
8. Não superestimar a capacidade de natação
9. Cuidar as correntes de retorno (responsável por 85% das causas de afogamento em praias)
10. Manter supervisão constante em crianças que estão em locais onde há acesso à água (o afogamento pode ocorrer na água do banho ou até em baldes d'água no caso de crianças em tenras idades): 89% dos afogamentos ocorrem por falta de supervisão
11. NÃO mergulhar em águas com profundidades desconhecidas
12. Evitar bóias ou flutuadores (podem afastar-se ou serem perdidos), preferir coletes salva-vidas
13. Evitar brinquedos próximo à piscinas (isso atrai as crianças)
14. Desligue o filtro da piscina em caso de uso
15. Isole a piscina com grades ou após o uso coloque capa de proteção
16. Praia não combina com chuva: risco de raios
17. Não tente salvar alguém que estiver afogando-se se não tiver condições

As regras são importantes para conhecimento e o seu seguimento reduz de forma drástica os casos de afogamento em qualquer lugar do mundo e até mesmo em nossas casas.

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