Chanel, muito além de um desfile

Por Juliana Scchneider

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A semana de moda de Paris poderia render colunas e mais colunas e o assunto ainda não ficaria chato. Mas, uma marca em especial, em cada apresentação, se supera em todos os sentidos. E, não foi diferente no desfile da coleção de inverno 2014/15 da tão aguardada e aplaudida Chanel.

Karl Lagerfeld realmente existe? Essa pergunta eu me faço, toda vez que me deparo com a sua genialidade. Diretor criativo, estilista, stylist, fotógrafo e mais um monte de talento que aqui não saberia citar um por um. E, sem ser surpresa nenhuma, mas surpreendendo sempre, a Chanel sob sua batuta, deu um show de moda, mas também de mensagens além da roupa para as mulheres do mundo todo.

O cenário: um Hipermercado. Segundo o próprio estilista, mas de 10mil produtos expostos, todos da marca Chanel e de verdade. Próprios para consumo! Aliás, isso causou um alvoroço na final do desfile, pois todo mundo que estava na apresentação quis levar um produto “Chanel” para casa. Empurra empurra, das editoras mais famosas do mundo as “últimas filas” brigando por mais um desejo criado por Karl.

O desfile começa, e as modelos caminham pelo hipermercado, fazendo suas compras do dia-a-dia. Se encontram, conversam, escolhem o que querem levar. Algumas estão acompanhadas por seus companheiros. Todas usam tênis. Da roupa mais sofisticada a mais casual. Em entrevista Karl disse não achar apropriado uma mulher de salto alto no supermercado. Aliás, segundo ele, a mulher moderna é dinâmica. Corre o dia todo, e o que seria melhor que um tênis para acompanha-la?

“Essa é a vida moderna: você sai da loja Chanel na rue Cambon e vai ao supermercado”, disse o diretor criativo da Chanel em entrevista. Salve Karl! Um senhorzinho nos seus cabelos brancos que consegue de maneira ímpar “ler” os movimentos sociais e transformar em moda, e, além disso, em um show. Cria objetos desejo. Cria imagens que nos identificamos. Consegue reinventar a Chanel a cada coleção, mas sem perder sua identidade. Um gênio. E, segundo ele, que fotografa com suas próprias lentes as campanhas da Chanel, tudo tem seu “dedo”, caso contrário não teria graça nenhuma estar ali.

APLAUSOS!!!!!

 

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